TRIZ e pensamento sistêmico

Vivemos num mundo cada vez mais complexo, ou seja, com mais e mais variáveis e interações entre as mesmas. Portanto, é um mundo no qual é preciso pensar sistemicamente.

Operador de Sistema

A TRIZ e Inovação Sistemática tem várias ferramentas para fomentar e apoiar o pensamento sistêmico. Uma das principais é o Operador de Sistema.

O Operador de Sistema (OS), em sua forma mais tradicional, é como ilustrado abaixo.

Nossa tendência natural, quando confrontados com um problema, é focar a atenção no sistema como se apresenta no presente (célula central do OS).

O OS nos convida a pensar fora da caixinha “sistema no presente”. A finalidade é nos conduzir a considerar a situação problemática como inserida num sistema de problemas e, portanto, a criar uma visão ampliada do problema original. Como era o sistema no passado? Como se imagina que será no futuro? Onde está, esteve e, provavelmente, estará inserido (supersistema)? Quais são, foram e serão as suas partes (subsistema)?

Um exemplo – o prosaico apagador de quadro negro

O exemplo apresentado abaixo refere-se ao apagador, ainda muito utilizado em salas de aula com quadros negros (ou verdes?). Outras colunas “futuro” poderiam ser adicionadas, no sentido de analisar alternativas para a transmissão de informações numa aula que já existem ou estão surgindo, tais como scanners, lousas eletrônicas e outros.

O Operador de Sistema completo

Até aqui, abordamos o básico do pensamento sistêmico. Entretanto, se quiser tornar-se um Jedi do pensamento sistêmico, dominar o Operador de Sistema completo você precisa; o anti-sistema, o não-sistema e o co-sistema conhecer você deve.

Anti-sistema não é, necessariamente, o que os Sith são para os Jedi (arqui-inimigos) – embora, às vezes, possa ser. O anti-sistema é um sistema que tem a função oposta à do sistema. Se, acima, consideramos o apagador, com a função de remover marcas de giz, o seu anti-sistema é o giz, usado para fazer marcas.

O não-sistema é um sistema diferente, que realiza a mesma função ou função próxima à do sistema, e que pode ser fonte de analogias úteis. No nosso caso, o não-sistema poderia ser um apagador de quadro branco ou, se quisermos uma analogia mais distante, qualquer sistema que remova marcas: borrachas, raspadores, esponjas, panos, escovas, removedores, abrasivos e assim por diante. Destes não-sistemas podem vir insights muito bons para a evolução do nosso sistema.

O co-sistema é um sistema que convive com o sistema, ou seja, está sempre presente quando da realização da função do sistema. No caso do apagador, o quadro negro é um co-sistema. Entendê-lo como parte do sistema também pode trazer conhecimento útil.

Na verdade, o “conhecimento útil” pode estar em qualquer nível. Se minha tarefa for desenvolver um apagador melhor, pode ser necessário focar no supersistema, ou num subsistema. No caso do subsistema: será que o feltro utilizado em boa parte dos apagadores atuais é uma boa solução? Como poderia ser melhorado? Há outro material melhor?

Reflexão final

A moral da história é que deixa de perceber muitas possibilidades e oportunidades aquele que fixa sua atenção apenas no problema original, não expandindo a sua visão para além do óbvio, que todo mundo já enxergou. Afinal, como se atribui a Einstein:

“Os problemas importantes com os quais nos confrontamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos.”


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About the author

Engenheiro, professor, empreendedor e autor, Marco de Carvalho atua nas áreas de inovação sistemática, criatividade, desenvolvimento de produtos e gerenciamento de projetos.

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