O último dia do encontro começou com uma palestra de Luís Esteves, do Grupo Amorim, maior produtor de cortiça do mundo. Esteves falou sobre sua visão de Melhoria Contínua. A ideia de um ciclo de produção de 9 anos (o da cortiça) colocou o pensamento numa escala diferente da habitual para a grande maioria dos ouvintes.
Em seguida, Marc Trela falou sobre a avaliação do potencial da TRIZ na capacidade de inovação das empresas, ilustrado pelo caso de um boiler híbrido projetado pela Bosch.
Lilly Haines-Gadd falou, a seguir, sobre sua pesquisa relativa aos efeitos da TRIZ nas habilidades criativas dos engenheiros que a utilizam.
A apresentação seguinte foi a deste que escreve, sobre o trabalho desenvolvido no laboratório SOMA, com Jônathas G. B. Grillo e Rodolfo K. Tessari, Metodologia e Software para a Ideação de Novos Produtos. Em testes realizados, a metodologia apresentada, a IDEATRIZ, conduziu à produção de 50% de ideias criativas (ideias tanto novas como úteis, de acordo com o julgamento de especialistas), contra 30% para as tendências de evolução e 20% para a técnica (ainda) mais conhecida e utilizada, o brainstorming. O programa IDEATRIZ Innovation, atualmente em processo de registro, apoia e simplifica o uso da metodologia, provendo uma estrutura para seu uso e exemplos que facilitam a sua aplicação.
A última sessão, por Sara Saliminamin e Mahmoud Karimi, abordou o forte movimento de TRIZ no Irã e como eles tem trabalhado para a disseminação da metodologia. Eles mostraram fotos impressionantes de TRIZ na televisão, eventos, no Ministério da Educação, entre outros.
A última apresentação que vi foi um interessante estudo de caso, de Erik Rojas, em que estudantes localizados nos EUA e na França colaboraram para desenvolver um novo sistema para passar roupas utilizando QFD, TRIZ e outras técnicas.
O encontro foi finalizado com uma breve cerimônia, com agradecimentos aos organizadores, à universidade e seus funcionários pelo trabalho duro.
Após o almoço, ocorreu a reunião da Associação Europeia de TRIZ (ETRIA), na qual o Prof. Joost Duflou, da Universidade Católica de Leuven (Bélgica) foi aclamado novo presidente, foram feitas mudanças na direção da ETRIA, discutidos erros e acertos da conferência e definidos os próximos passos da associação.
Dentre os eventos mundiais sobre TRIZ, entendo que esta é a de maior expressão acadêmica. Isso significa que a conferência vai além das sessões com caráter profissional. Nestas, vê-se a TRIZ sendo usada para a prospecção tecnológica, a busca do aumento da confiabilidade e a resolução de problemas. Isso é importante, mas, na TRIZ Future, tempo significativo também é reservado para as contribuições científicas, que buscam a evolução e os avanços da TRIZ.
Finalizo com um agradecimento aos organizadores, que realizaram um evento de ótima qualidade e souberam proporcionar agradáveis experiências para a socialização dos participantes.