MJA
Sabemos que a inovação passou de uma opção a um imperativo para a sobrevivência e o sucesso das empresas. Porém, não é qualquer inovação que garante a liderança de mercado. É a inovação estratégica que abre caminho para o verdadeiro domínio competitivo. Como disse Peter Drucker “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Este artigo é um guia através de um processo que transforma essa visão em realidade.
Introdução
Nos artigos anteriores desta série, exploramos os fundamentos da inovação estratégica, seus riscos inerentes e a importância do pensamento sistêmico. Agora, chegou o momento de mergulhar no coração da questão: o processo que transforma ideias visionárias em vantagens competitivas concretas.
A inovação estratégica, conforme definido por Markides (1997), não se trata apenas de criar novos produtos ou serviços, mas de repensar fundamentalmente o modelo de negócios existente de maneira que crie novo valor para os clientes, surpreenda os concorrentes e produza nova riqueza para todas as partes interessadas. É um processo que requer tanto criatividade quanto disciplina, visão de longo prazo e capacidade de execução no curto prazo.
Kim e Mauborgne (2005) enfatizam a importância de criar novos espaços de mercado (os oceanos azuis), em vez de competir em mercados saturados (oceanos vermelhos). O processo de inovação estratégica que iremos explorar é um caminho para navegar em direção às oportunidades inexploradas.
A Necessidade de um Processo Estruturado
Enquanto a inovação muitas vezes é vista como um flash de inspiração, a realidade é que as empresas mais inovadoras do mundo dependem de processos estruturados para transformar ideias em impacto. Como observa Pisano (2015), a inovação bem-sucedida requer uma abordagem sistemática alinhada com a estratégia geral da empresa.
Um processo estruturado de inovação estratégica oferece vários benefícios importantes:
- Alinhamento com os objetivos de negócio: garante que os esforços de inovação estejam diretamente ligados às metas estratégicas da organização.
- Alocação eficiente de recursos: permite que as empresas direcionem tempo, dinheiro e talento para as iniciativas mais promissoras.
- Gestão de riscos: fornece checkpoints para avaliar e mitigar riscos ao longo do caminho.
- Aprendizado organizacional: cria um mecanismo para capturar e aplicar lições aprendidas, melhorando continuamente o processo de inovação.
Visão Geral do Processo de Inovação Estratégica
O processo que iremos explorar é baseado em décadas de pesquisa e prática em inovação estratégica. Ele incorpora elementos das principais abordagens de inovação, tratadas neste artigo anterior.
Nosso processo consiste em seis fases principais:
- Alinhamento Estratégico
- Investigação
- Análise
- Descoberta
- Síntese
- Desenvolvimento e Implementação
Cada fase é projetada para abordar aspectos críticos da inovação estratégica, desde a compreensão profunda do cliente e do mercado até à implementação e monitoramento de soluções inovadoras.
É importante notar que, embora apresentemos as fases de forma linear, o processo na prática é altamente iterativo. Como observam Blank & Dorf (2012), a inovação bem-sucedida muitas vezes envolve ciclos rápidos de hipótese, teste e aprendizado.
Nas próximas seções, mergulharemos em cada fase deste processo, fornecendo insights práticos e ferramentas que você poderá aplicar em sua própria jornada de inovação estratégica. Lembre-se, como afirmam Govindarajan & Trimble (2010), que o verdadeiro desafio não é gerar ideias inovadoras, mas executá-las de forma eficaz. Nosso processo fornece um roteiro para a ideação e a execução.
Fase 1: Alinhamento Estratégico
O alinhamento estratégico é o alicerce sobre o qual todo o processo de inovação estratégica é construído. Esta fase crucial assegura que os esforços de inovação estejam intrinsecamente ligados à visão, missão e objetivos de longo prazo da organização. Como Kaplan e Norton (2006) enfatizam, a estratégia sem alinhamento leva a implementações ineficazes, oportunidades perdidas e resultados abaixo do ideal.
Importância do Alinhamento com a Estratégia Corporativa
O alinhamento estratégico não é apenas uma etapa preliminar, mas um princípio orientador que permeia todo o processo de inovação. Pisano (2015) argumenta que sem uma estratégia de inovação, os esforços de inovação e investimentos podem facilmente se tornar uma miscelânea de iniciativas ad hoc.
Para alcançar este alinhamento, é crucial:
- Compreender profundamente a estratégia corporativa atual.
- Identificar lacunas entre o estado atual e o desejado.
- Definir como a inovação pode preencher essas lacunas.
Christensen e Raynor (2003) enfatizam a importância de alinhar a inovação com o conjunto de crenças da empresas sobre como criar valor no mercado.
Definição de Visão e Objetivos de Longo Prazo
Com base no alinhamento estratégico, a próxima etapa é articular uma visão clara para os esforços de inovação e definir objetivos de longo prazo. Collins e Porras (1996) destacam a importância de uma visão inspiradora que consista em valores fundamentais e um propósito central.
Os objetivos de longo prazo devem ser:
- Específicos e mensuráveis.
- Ambiciosos, mas alcançáveis.
- Alinhados com a estratégia corporativa.
- Comunicados claramente a todas as partes interessadas.
Ferramentas para Alinhamento Estratégico
Várias ferramentas podem ser empregadas para facilitar o alinhamento estratégico:
- Balanced Scorecard: desenvolvido por Kaplan e Norton (1992), este framework ajuda a traduzir a estratégia em objetivos operacionais específicos.
- Mapa Estratégico: uma representação visual das relações de causa e efeito entre os componentes da estratégia de uma organização (KAPLAN & NORTON, 2000).
- Matriz de Prioridades Estratégicas: ajuda a alinhar iniciativas de inovação com prioridades estratégicas (SIMONS, 2010).
- Análise de Cenários: permite que as organizações explorem futuros alternativos e alinhem suas estratégias de inovação adequadamente (SCHOEMAKER, 1995).
- Framework V2MOM (Vision, Values, Methods, Obstacles, Measures / Visão, Valores, Métodos, Obstáculos, Medidas): utilizado pela Salesforce.com, este método ajuda a alinhar objetivos em toda a organização (BENIOFF & ADLER, 2009).
Criando uma Cultura de Alinhamento
O alinhamento estratégico não é um exercício único, mas um processo contínuo que requer uma cultura organizacional de suporte. Kotter (2007) enfatiza a importância de comunicar a visão e dar poder aos colaboradores para agir de acordo com ela.
Implementar sessões regulares de revisão estratégica, fomentar a comunicação entre departamentos e recompensar iniciativas que demonstrem forte alinhamento estratégico são práticas fundamentais para criar essa cultura.
Desafios e Armadilhas
Embora crucial, o alinhamento estratégico não está isento de desafios. Beer e Eisenstat (2000) identificaram assassinos silenciosos que podem minar o alinhamento, incluindo comunicação vertical deficiente e liderança top-down ou laissez-faire.
É importante estar ciente desses desafios e trabalhar ativamente para superá-los, promovendo uma cultura de diálogo aberto, aprendizado contínuo e adaptabilidade.
O alinhamento estratégico fornece o norte que guia todo o processo de inovação estratégica. Sem ele, mesmo as ideias mais brilhantes podem falhar em criar valor sustentável para a organização. Como Drucker (1994) sabiamente observou, não há nada tão inútil quanto fazer com grande eficiência algo que não deveria ser feito de forma alguma. O alinhamento estratégico assegura que os esforços de inovação não apenas sejam eficientes, mas também eficazes em impulsionar a organização em direção aos seus objetivos de longo prazo.
Fase 2: Investigação
A fase de investigação é fundamental para o processo de inovação estratégica, pois estabelece as bases para todas as etapas subsequentes. Como enfatizado por Christensen et al. (2016), o sucesso da inovação depende de uma compreensão profunda das necessidades não atendidas dos clientes e das dinâmicas do mercado.
Objetivos da Fase de Investigação
O principal objetivo desta fase é mapear o desafio do cliente e conhecer o cliente melhor do que ele se conhece. Isto envolve:
- Identificar necessidades latentes e explícitas dos clientes.
- Compreender o contexto competitivo e as tendências de mercado.
- Descobrir oportunidades inexploradas para criação de valor.
Métodos de Coleta de Dados
Entrevistas em Profundidade
As entrevistas em profundidade são uma ferramenta poderosa para obter insights qualitativos. Porém, como alertam Euchner e Henderson (2011), é crucial ir além das respostas superficiais. Eles recomendam técnicas como o Cinco Porquês de Ohno (1988) para descobrir motivações e necessidades subjacentes.
Questionário de Inovação Estratégica (QIE)
O QIE é uma ferramenta estruturada, proposta por Yezersky (2006), que pode ser usada para coletar dados quantitativos e qualitativos de uma ampla gama de stakeholders.
O QIE orienta a análise de sistemas em quatro etapas: registrar o nome e propósito do sistema; identificar e diagramar seus principais subsistemas; explicar e diagramar como o sistema atinge seus objetivos; e identificar, descrever o propósito e as relações do super-sistema e seus co-sistemas associados. Essas etapas fornecem uma visão estruturada e detalhada do sistema e suas interações.
Análise de Tendências
A análise de tendências é essencial para antecipar mudanças no mercado e identificar oportunidades de inovação disruptiva. Kim e Mauborgne (2015) enfatizam a importância de olhar além das fronteiras da indústria para identificar oportunidades de inovação disruptiva.
Faith Popcorn, renomada futurista, introduziu o conceito de “trendspotting” como uma ferramenta estratégica para as empresas. Popcorn (1991) argumenta que as tendências sociais e culturais podem ser previstas com até uma década de antecedência, permitindo que as empresas se posicionem para capitalizar essas mudanças.
Uso de Mapas de Empatia e Jornadas do Cliente
Desenvolvidos por Gray et al. (2010), os mapas de empatia são uma ferramenta visual para sintetizar observações e extrair insights sobre as necessidades e desejos dos clientes. Osterwalder & Pigneur (2010) recomendam seu uso para criar um entendimento compartilhado do cliente em toda a equipe de inovação.
As jornadas do cliente, como descritas por Lemon & Verhoef (2016), oferecem uma visão holística da experiência do cliente ao longo do tempo. Elas são particularmente úteis para identificar pontos de dor e oportunidades de inovação em diferentes estágios da interação do cliente com o produto ou serviço.
Importância dos Loops de Feedback do Cliente
O conceito de loops de feedback do cliente está no cerne da abordagem Lean Startup de Ries (2011). Ele argumenta que a validação contínua com clientes reais é essencial para evitar o desperdício de recursos em ideias que não atendem às necessidades do mercado.
Blank & Dorf (2012) expandem esse conceito em seu Customer Development Process, enfatizando a importância de sair do escritório e interagir diretamente com os clientes desde o início do processo de inovação.
Análise e Síntese de Dados
A coleta de dados é apenas o primeiro passo. A análise e síntese desses dados são cruciais para gerar insights úteis. Carlgren et al. (2016) descrevem várias técnicas de análise usadas no Design Thinking, incluindo agrupamento temático e mapeamento de afinidades.
Kumar (2012) oferece uma gama de ferramentas para sintetizar dados de pesquisa, como a criação de personas e a elaboração de insight statements.
Desafios e Melhores Práticas
Alguns desafios comuns nesta fase incluem:
- Viés de confirmação: tendência a procurar informações que confirmem crenças existentes.
- Paralisia por análise: coletar dados excessivamente sem avançar para a ação.
- Foco excessivo em clientes atuais: negligenciar potenciais clientes futuros.
A fase de investigação é o fundamento sobre o qual todo o processo de inovação estratégica é construído. A inovação sistemática começa com a análise de oportunidades. Através de uma investigação rigorosa e empática, as organizações podem descobrir insights valiosos que impulsionarão todo o processo de inovação estratégica, levando a soluções que verdadeiramente ressoam com as necessidades e desejos dos clientes.
Fase 3: Análise
A fase de análise é essencial no processo de inovação estratégica, pois transforma os dados brutos coletados na fase de investigação em informações úteis. Como argumenta Porter (1996), a essência da estratégia está nas atividades – escolher realizar atividades de forma diferente ou realizar atividades diferentes dos rivais.
Mapeamento do Processo de Criação de Valor
O mapeamento do processo de criação de valor é altamente recomendado para identificar onde e como a inovação pode ter o maior impacto. Stabell e Fjeldstad (1998) propõem três configurações de valor genéricas: cadeia de valor, oficina de valor e rede de valor. Compreender qual configuração se aplica ao seu negócio é crucial para a análise.
Mapa de Valor (MV)
O Mapa de Valor, como descrito por Osterwalder et al. (2014), é uma ferramenta poderosa para visualizar como os produtos e serviços de uma empresa criam valor para os clientes. Ele ajuda a identificar lacunas entre o que os clientes necessitam e o que a empresa atualmente oferece.
Yezersky (2006) propõe uma versão sistemática do Mapa de Valor, que integra o mapeamento do processo de sucesso do cliente, do processo de falha do cliente e dos processos de sucesso e falha dos concorrentes.
Análise de Falhas e Oportunidades
Entender os processos de falha dos clientes – situações em que os produtos ou serviços existentes não atendem adequadamente às necessidades – pode revelar oportunidades significativas para inovação. Incorporar esses processos de falha no Mapa de Valor pode destacar áreas-chave para melhoria ou disrupção.
Ulwick (2005) propõe o conceito de resultado desejado como uma métrica para avaliar o desempenho do produto. A análise de lacunas entre os resultados desejados pelos clientes e os atualmente entregues pode revelar oportunidades de inovação.
Uso das 5 Forças de Porter e Análise do Ecossistema
Modelo das 5 Forças de Porter
O clássico modelo das 5 Forças de Porter (1979) continua sendo uma ferramenta valiosa para analisar a dinâmica competitiva de uma indústria. No contexto da inovação estratégica, este modelo pode ajudar a identificar áreas onde a inovação pode criar a maior vantagem competitiva.
Análise do Ecossistema
Adner (2012) enfatiza a importância de considerar todo o ecossistema de negócios ao inovar. Isso inclui fornecedores, complementadores e até mesmo concorrentes. A análise do ecossistema pode revelar oportunidades de colaboração ou disrupção que não seriam evidentes olhando apenas para a empresa isoladamente.
Prototipagem e Testes Rápidos
Prototipagem Precoce
Brown (2008) argumenta que a prototipagem desde cedo é essencial no processo de design thinking e inovação. Protótipos permitem testar hipóteses rapidamente e com baixo custo, acelerando o ciclo de aprendizado.
Testes A/B
Kohavi et al. (2009) descrevem como os testes A/B, amplamente utilizados no desenvolvimento de software e no marketing digital, podem ser aplicados de forma eficaz a uma variedade de decisões de negócios e inovações. Esta abordagem permite uma avaliação rigorosa e baseada em dados de diferentes opções de inovação.
Análise de Tendências e Previsão Tecnológica
Análise de Tendências
Na fase de análise, o foco se desloca da identificação de tendências para a compreensão de suas implicações e impacto na inovação estratégica.
- Análise de Impacto Cruzado: examina como diferentes tendências interagem entre si, permitindo uma compreensão mais holística do ambiente futuro e revelando oportunidades únicas de inovação.
- Análise de Cadeia de Valor: aplicando a análise de Porter às tendências identificadas, as organizações podem determinar onde e como as tendências podem impactar cada elo da cadeia de valor, revelando oportunidades de inovação estratégica.
- Matriz de Tendências vs. Competências: mapeia tendências contra as competências da organização, identificando áreas de oportunidade e lacunas a serem preenchidas.
- Cenários Baseados em Tendências: utiliza tendências para construir cenários futuros plausíveis, permitindo testar estratégias de inovação contra vários futuros possíveis.
Faith Popcorn enfatiza a importância do “clustering” – a convergência de múltiplas tendências – onde algumas das oportunidades mais poderosas de inovação estratégica podem ser encontradas.
Esta análise deve resultar em insights acionáveis que informarão diretamente a formulação de estratégias de inovação, transformando o conhecimento sobre tendências em uma bússola estratégica para os esforços de inovação da organização.
Previsão Tecnológica
Christensen (1997) introduziu o conceito de tecnologias disruptivas que inicialmente atendem a um mercado pequeno, mas posteriormente evoluem para dominar a indústria. A análise e previsão dessas tecnologias emergentes é crucial para a inovação estratégica.
Ferramentas Analíticas Avançadas
Big Data e Análise Preditiva
McAfee & Brynjolfsson (2012) discutem como o big data está transformando o processo de tomada de decisão nas empresas. Na inovação estratégica, a análise de grandes conjuntos de dados pode revelar padrões e oportunidades que não seriam evidentes de outra forma.
Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina
Agrawal et al. (2018) exploram como a IA está mudando o processo de previsão nas organizações. Essas tecnologias podem ser aplicadas para analisar dados de clientes, prever tendências de mercado e até mesmo gerar ideias inovadoras.
Síntese e Comunicação de Insights
Miles et al. (2014) enfatizam a importância de sintetizar e comunicar efetivamente os insights derivados da análise. Eles propõem o uso de técnicas de visualização de dados e storytelling para tornar os insights mais acessíveis e acionáveis para os tomadores de decisão.
A fase de análise é onde os dados se transformam em insights e os insights em oportunidades de inovação. Através de uma análise rigorosa e multifacetada, as organizações podem identificar oportunidades únicas para inovação estratégica, estabelecendo as bases para a criação de vantagens competitivas sustentáveis.
Fase 4: Descoberta
A fase de descoberta é o ponto de inflexão no processo de inovação estratégica, onde os insights gerados nas fases anteriores se cristalizam em oportunidades concretas.
Identificação de Oportunidades Estratégicas (OE) e Gaps
Uso da Análise SWOT
A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) continua sendo uma ferramenta valiosa para identificar oportunidades estratégicas. Helms & Nixon (2010) argumentam que, quando usada em conjunto com outras ferramentas analíticas, a SWOT pode fornecer insights poderosos para a inovação estratégica.
Blue Ocean Strategy
Kim & Mauborgne (2004) introduziram o conceito de Blue Ocean Strategy, que enfatiza a criação de novos espaços de mercado em vez de competir em mercados saturados. Ferramentas como a Matriz de Avaliação de Valor podem ajudar a identificar oportunidades para inovação disruptiva.
Jobs to be Done
Christensen et al. (2016) propõem a abordagem Jobs to be Done para identificar oportunidades de inovação. Esta perspectiva foca nas tarefas fundamentais que os clientes estão tentando realizar, em vez de características demográficas ou preferências de produto.
Identificar Oportunidades Estratégicas (OEs)
Identificar oportunidades estratégicas em inovação requer uma abordagem multifacetada que vai além da análise tradicional (YEZERSKY, 2006). Considere:
- Antecipar o Evento de Valor: num automóvel, instalar um sistema de segurança ativo, que previna o impacto, em vez de ter apenas sistemas passivos (cinto de segurança e airbag).
- Aplicar Padrões de Crescimento de Valor: reduzir o tempo até o valor; reduzir o custo; aumentar a qualidade, confiabilidade e nível de serviço; aumentar a conveniência; resolver as consequências do uso do sistema; projetar imagem; e criar ou aumentar a customização.
- Combinar Padrões de Crescimento de Valor de Formas Originais. Um exemplo: a JAC Motors entrou no mercado brasileiro oferecendo preços baixos (Padrão Reduzir o Custo) e 6 anos de garantia (Padrão Aumentar a Qualidade, Confiabilidade e Nível de Serviço).
- Criar Cenários “E se”: uma vez que o processo de sucesso do cliente foi mapeado, qualquer coisa que possa desviar o processo de sucesso é uma ameaça. As formas de mitigar as ameaças também são potenciais Oportunidades Estratégicas
- Mudar o Cliente. Por exemplo, a Kuka tem explorado alternativas aos clientes tradicionais de seus robôs (indústria), encontrando clientes na área da saúde (robôs cirurgiões) e até em brinquedos de parques de diversão.
- Formular os Problemas: formular problemas a partir do Mapa de Valor.
Avaliação de Oportunidades Estratégicas
A avaliação rigorosa das Oportunidades Estratégicas (OEs) identificadas é crucial para o sucesso da inovação estratégica. Esta etapa envolve uma análise detalhada de cada oportunidade, considerando múltiplos critérios e utilizando métodos estruturados de tomada de decisão.
Para cada OE identificada, é fundamental desenvolver um business case detalhado. Detalhes sobre a elaboração do business case podem ser encontrados neste artigo. Os business cases fornecem uma base sólida para a comparação e avaliação das diferentes oportunidades.
Após a elaboração dos business cases, recomenda-se o uso de métodos estruturados para avaliar e priorizar as OEs. Alguns métodos eficazes incluem:
Método de Pugh (PUGH, 1991)
Este método compara sistematicamente várias alternativas contra critérios predefinidos. Ele é particularmente útil para reduzir um grande número de conceitos a um conjunto menor de alternativas viáveis. O processo envolve:
- Definir critérios de avaliação.
- Selecionar um conceito de referência.
- Comparar cada alternativa com a referência para cada critério.
- Somar os resultados e iterar o processo conforme necessário.
Matriz de Avaliação de Ullman (ULLMAN, 2015)
Similar ao Método de Pugh, mas utiliza pesos para os critérios e uma escala numérica para as avaliações, oferecendo uma análise mais detalhada. Este é o processo:
- Definir critérios e seus pesos.
- Avaliar cada alternativa em uma escala numérica para cada critério.
- Calcular pontuações ponderadas.
- Classificar as alternativas com base nas pontuações totais.
Processo de Hierarquia Analítica (SAATY, 1980)
O Processo de Hierarquia Analítica, mais conhecido pela sigla AHP, é uma técnica estruturada para organizar e analisar decisões complexas. O processo envolve:
- Estruturar o problema em uma hierarquia.
- Fazer comparações par a par entre alternativas para cada nível da hierarquia.
- Calcular prioridades relativas.
- Sintetizar os resultados para obter uma classificação geral.
A avaliação estruturada das OEs, combinando business cases detalhados com métodos rigorosos de tomada de decisão, permite uma seleção mais objetiva e fundamentada das iniciativas de inovação estratégica a serem perseguidas. Esta abordagem não apenas melhora a qualidade das decisões, mas também fornece uma justificativa clara para as escolhas feitas, facilitando o alinhamento organizacional e a alocação eficiente de recursos.
Validação das OEs Junto aos Clientes Potenciais
Customer Discovery
Blank & Dorf (2012) propõem o processo de Customer Discovery como parte de seu método de desenvolvimento de clientes. Este processo envolve testar hipóteses sobre o problema do cliente e a solução proposta através de interações diretas com clientes potenciais.
Minimum Viable Product (MVP)
Ries (2011) popularizou o conceito de MVP como uma forma de testar hipóteses de negócios com o mínimo de recursos. Esta abordagem pode ser usada para validar rapidamente oportunidades de inovação estratégica.
Aplicação da Filosofia Lean Startup
O ciclo Build-Measure-Learn, central para a metodologia Lean Startup de Ries (2011), pode ser aplicado à inovação estratégica. Este ciclo enfatiza a importância de testar rapidamente hipóteses e aprender com os resultados.
Ries (2011) também introduziu o conceito de pivot – uma mudança fundamental na estratégia baseada no aprendizado do mercado. A decisão de pivotar ou perseverar é crucial no processo de descoberta de oportunidades viáveis.
Inovação Aberta
Chesbrough (2003) argumenta que as empresas devem olhar além de suas fronteiras para inovar efetivamente. A inovação aberta pode envolver parcerias, aquisições, ou mesmo o uso de plataformas de crowdsourcing para identificar e validar oportunidades de inovação.
Considerações Éticas e de Sustentabilidade
Porter & Kramer (2011) propõem o conceito de Criação de Valor Compartilhado, argumentando que as oportunidades de inovação mais poderosas surgem na interseção entre o sucesso do negócio e as necessidades sociais.
A fase de descoberta é onde a verdadeira magia da inovação estratégica acontece. Através de uma combinação de análise rigorosa, pensamento criativo e validação rápida, as organizações podem identificar oportunidades únicas que têm o potencial de redefinir indústrias e criar vantagens competitivas duradouras.
Fase 5: Síntese
A fase de síntese é crucial no processo de inovação estratégica, pois é neste estágio que as ideias e oportunidades identificadas são transformadas em soluções concretas e acionáveis. A síntese é o ato de combinação de elementos separados em um todo coerente.
Avaliação da Oportunidade Estratégica (OE) Escolhida
A esta altura do processo, a equipe tem informações suficientes para avaliar a OE.
Formulação e Seleção de Problemas a Serem Resolvidos
Frequentemente, a OE trará consigo problemas adicionais para serem resolvidos e este é o momento de formulá-los e solucioná-los.
Dorst (2015) propõe o conceito de frame innovation, argumentando que a reformulação criativa de problemas é frequentemente a chave para soluções inovadoras. Esta abordagem envolve questionar pressupostos subjacentes e redefinir o escopo do problema.
Eisenhardt & Sull (2001) introduzem o conceito de estratégia como regras simples, sugerindo que em ambientes turbulentos, as organizações devem focar em um pequeno conjunto de prioridades estratégicas. Esta ideia pode ser aplicada na seleção de problemas-chave a serem resolvidos.
Desenvolvimento de Protótipos Rápidos ou MVPs
Brown (2009) enfatiza a importância da prototipagem rápida e de baixa fidelidade no processo de design thinking. Estes protótipos permitem testar conceitos rapidamente e com baixo custo.
Ries (2011) popularizou o conceito de MVP como uma forma de testar hipóteses de negócios com o mínimo de recursos. Maurya (2012) expandiu este conceito com sua abordagem de Lean Canvas, fornecendo um framework para definir e testar MVPs.
Solução de Problemas Selecionados
Liedtka & Ogilvie (2011) fornecem um toolkit de design thinking para gerentes, que inclui técnicas como Learning Launches para testar soluções em pequena escala antes de um lançamento completo.
Altshuller (1984) desenvolveu a TRIZ como uma abordagem sistemática para resolução de problemas técnicos. Embora originalmente focado em engenharia, a TRIZ tem sido aplicada com sucesso em uma variedade de contextos de inovação estratégica.
Yezersky (2006) adaptou a TRIZ da invenção para o contexto mais amplo da inovação e propôs vários padrões para a solução de problemas ligados às OEs.
Coleta de Feedback dos Usuários e Iteração das Soluções
Nielsen (1993) estabeleceu os princípios fundamentais dos testes de usabilidade, que são cruciais para refinar soluções baseadas no feedback do usuário.
Reichheld (2003) introduziu o Net Promoter Score (NPS) como uma métrica simples mas poderosa para medir a satisfação do cliente. Esta métrica pode ser usada para avaliar e iterar soluções inovadoras.
Decisão de Avançar ou Escolher Nova OE
Neste ponto, é necessário que a equipe decida se é viável prosseguir com a OE em análise, ou escolher uma nova OE e refazer o processo de Síntese.
Fase 6: Desenvolvimento
A fase de desenvolvimento é onde as ideias inovadoras começam a tomar forma concreta, para transformar-se em soluções viáveis e escaláveis.
Atualização do Mapa de Valor (MV)
Com todo o conhecimento criado pela execução das etapas anteriores, agora é um ótimo momento para revisar e atualizar o Mapa de Valor (MV). Provavelmente, novos problemas foram identificados, alguns foram resolvidos e possivelmente, novas OEs surgiram, as quais poderão ser exploradas nas fases anteriores.
Alavancagem das Soluções Desenvolvidas
O aproveitamento máximo das soluções pode ser feito com:
- Generalização: identificar os princípios fundamentais das soluções criadas e explorar como podem ser aplicados em contextos mais amplos.
- Efeitos Sistêmicos: mapear os potenciais efeitos secundários e terciários das inovações, buscando benefícios adicionais que possam ser capitalizados.
- Expansão Horizontal de Valor: investigar segmentos de mercado adjacentes ou indústrias relacionadas que possam se beneficiar das soluções desenvolvidas, mesmo que não tenham sido o foco inicial.
Formação do Portfólio de Inovações Estratégicas
Como vimos, o objetivo do processo de inovação estratégica é chegar a um portfólio de inovações estratégicas, que garanta a sustentabilidade da organização no decorrer do tempo. Para tanto, é necessário:
- Balanceamento: assegurar um equilíbrio entre inovações incrementais, arquitetônicas (HENDERSON & CLARK, 1990) e disruptivas no portfólio.
- Alinhamento Estratégico: garantir que cada inovação no portfólio esteja alinhada com os objetivos estratégicos de longo prazo da organização.
- Gestão de Risco: distribuir o risco entre diferentes projetos de inovação, considerando horizontes de tempo e potenciais de retorno variados.
Antecipação e Resolução de Problemas Futuros
Outro exercício importante a fazer é antecipar e buscar as soluções para os problemas futuros. Estas ações serão úteis:
- Análise de Cenários: desenvolver e analisar múltiplos cenários futuros para identificar potenciais obstáculos e oportunidades.
- Planejamento de Contingência: elaborar estratégias de mitigação para os principais riscos identificados.
- Monitoramento Contínuo: estabelecer um sistema de monitoramento para detectar sinais precoces de mudanças no ambiente que possam afetar as inovações planejadas.
Iteração e Feedback
Finalmente, manter a flexibilidade é necessário. Estas ações são para facilitar isso:
- Loops de Aprendizado: incorporar mecanismos de feedback contínuo para refinar e ajustar o Mapa de Valor com base em novos insights e mudanças no ambiente.
- Flexibilidade Adaptativa: manter a capacidade de pivotar ou ajustar o portfólio de inovações em resposta a mudanças significativas no mercado ou na tecnologia.
Implementação e Escalabilidade
Rogers (2003) fornece uma teoria abrangente sobre como as inovações são adotadas e difundidas. Compreender este processo é crucial para o desenvolvimento bem-sucedido e a implementação de inovações estratégicas.
Verne Harnish (2014) oferece insights valiosos sobre como escalar negócios rapidamente, que podem ser aplicados ao desenvolvimento e implementação de inovações estratégicas.
Conclusão
A inovação estratégica é um processo complexo e multifacetado que requer uma abordagem sistemática e flexível. Ao longo deste artigo, exploramos um processo de seis fases: Alinhamento Estratégico, Investigação, Análise, Descoberta, Síntese, e Desenvolvimento e Implementação. Cada fase contribui de maneira única para transformar ideias visionárias em vantagens competitivas concretas.
Destacamos a importância do pensamento sistêmico e da gestão de riscos como elementos integrais da inovação estratégica. O pensamento sistêmico nos permite compreender as interconexões complexas dentro e fora da organização, enquanto a gestão de riscos nos capacita a navegar pelas incertezas inerentes à inovação.
A flexibilidade emergiu como um tema central, enfatizando a necessidade de adaptar o processo às especificidades de cada organização e setor. As metodologias ágeis e a experimentação contínua foram apresentadas como abordagens valiosas para manter a agilidade em ambientes de negócios dinâmicos.
Aprendemos que a inovação estratégica bem-sucedida não se trata apenas de criar novos produtos ou serviços, mas de repensar fundamentalmente os modelos de negócios de maneira que crie novo valor para os clientes, surpreenda os concorrentes e produza nova riqueza para todas as partes interessadas.
A chamada para ação é clara: as organizações devem adotar uma abordagem estruturada, mas flexível, para a inovação estratégica. Devem cultivar uma cultura de aprendizado contínuo, experimentação e pensamento sistêmico. E, acima de tudo, devem estar dispostas a questionar constantemente suas suposições e modelos de negócios existentes.
Lembre-se, como Peter Drucker sabiamente observou, “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. A inovação estratégica oferece o caminho para fazer exatamente isso. O desafio agora é transformar esse conhecimento em ação, iniciando sua jornada de inovação estratégica hoje.
Para Saber Mais
Para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos em inovação estratégica, recomendamos os seguintes livros fundamentais:
- A Estratégia do Oceano Azul, de W. C. Kim e R. Mauborgne, apresenta uma abordagem inovadora para a estratégia empresarial, focando na criação de novos mercados em vez de competir pelos mercados existentes.
- O Dilema da Inovação, por C. M. Christensen, é um livro fundamental para compreender o conceito de inovação disruptiva e seus impactos nas empresas e indústrias.
- Inovação e Espírito Empreendedor, de P. F. Drucker é uma obra clássica que explora a inovação sistemática e o empreendedorismo, essencial para entender como as organizações podem fomentar a inovação.
- A Quinta Disciplina, por P. M. Senge, é um clássico da gestão organizacional que introduz o conceito de “organizações de aprendizagem”. Senge explora como o pensamento sistêmico, junto com outras quatro disciplinas, pode transformar organizações em entidades mais adaptativas e inovadoras, capazes de prosperar em ambientes de mudança constante.
- A Startup Enxuta, de E. Ries, apresenta uma abordagem ágil para o desenvolvimento de novos produtos e negócios, altamente relevante para a inovação estratégica.
- Estratégias Arrasadoras, por R. G. McGrath e I. C. MacMillan oferece ferramentas práticas para identificar e explorar novas oportunidades de crescimento.
Referências
Adner, R. The Wide Lens: A New Strategy for Innovation. Portfolio/Penguin, 2012.
Agrawal, A., et al. Prediction Machines: The Simple Economics of Artificial Intelligence. Harvard Business Press, 2018.
Altshuller, G. Creativity as an Exact Science. Gordon and Breach, 1984.
Beer, M., and R. A. Eisenstat. The Silent Killers of Strategy Implementation and Learning. Sloan Management Review, vol. 41, no. 4, 2000, pp. 29-40.
Benioff, M., and C. Adler. Behind the Cloud: The Untold Story of How Salesforce.com Went from Idea to Billion-Dollar Company—and Revolutionized an Industry. John Wiley & Sons, 2009.
Blank, S., and B. Dorf. The Startup Owner’s Manual: The Step-by-Step Guide for Building a Great Company. K&S Ranch, 2012.
Brown, T. Design Thinking. Harvard Business Review, vol. 86, no. 6, 2008, pp. 84.
Brown, T. Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation. HarperBusiness, 2009.
Carlgren, L., et al. Framing Design Thinking: The Concept in Idea and Enactment. Creativity and Innovation Management, vol. 25, no. 1, 2016, pp. 38-57.
Chesbrough, H. W. Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology. Harvard Business Press, 2003.
Christensen, C. M. The Innovator’s Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail. Harvard Business School Press, 1997.
Christensen, C. M., et al. Know Your Customers’ ‘Jobs to Be Done’. Harvard Business Review, vol. 94, no. 9, 2016, pp. 54-62.
Christensen, C. M., and M. E. Raynor. The Innovator’s Solution: Creating and Sustaining Successful Growth. Harvard Business Press, 2003.
Collins, J. C., and J. I. Porras. Building Your Company’s Vision. Harvard Business Review, vol. 74, no. 5, 1996, pp. 65.
Dorst, K. Frame Innovation: Create New Thinking by Design. MIT Press, 2015.
Drucker, P. F. Innovation and Entrepreneurship. Harper & Row, 1985.
Drucker, P. F. The Theory of the Business. Harvard Business Review, vol. 72, no. 5, 1994, pp. 95-104.
Eisenhardt, K. M., and B. N. Tabrizi. Accelerating Adaptive Processes: Product Innovation in the Global Computer Industry. Administrative Science Quarterly, vol. 40, no. 1, 1995, pp. 84-110.
Eisenhardt, K. M., and D. N. Sull. Strategy as Simple Rules. Harvard Business Review, vol. 79, no. 1, 2001, pp. 106-116.
Euchner, J., and A. Henderson. The Practice of Innovation: Innovation as the Management of Constraints. Research-Technology Management, vol. 54, no. 2, 2011, pp. 47-54.
Govindarajan, V., and C. Trimble. The Other Side of Innovation: Solving the Execution Challenge. Harvard Business Press, 2010.
Harnish, V. Scaling Up: How a Few Companies Make It… and Why the Rest Don’t. Gazelles, Inc., 2014.
Kaplan, R. S., and D. P. Norton. The Balanced Scorecard: Measures that Drive Performance. Harvard Business Review, vol. 70, no. 1, 1992, pp. 71-79.
Kaplan, R. S., and D. P. Norton. Having Trouble with Your Strategy? Then Map It. Harvard Business Review, vol. 78, no. 5, 2000, pp. 167-176.
Kaplan, R. S., and D. P. Norton. Alignment: Using the Balanced Scorecard to Create Corporate Synergies. Harvard Business Press, 2006.
Kim, W. C., and R. Mauborgne. Blue Ocean Strategy. Harvard Business Review, vol. 82, no. 10, 2004, pp. 76-84.
Kim, W. C., and R. Mauborgne. Blue Ocean Strategy: How to Create Uncontested Market Space and Make the Competition Irrelevant. Harvard Business School Press, 2005.
Kim, W. C., and R. Mauborgne. Blue Ocean Strategy, Expanded Edition: How to Create Uncontested Market Space and Make the Competition Irrelevant. Harvard Business Review Press, 2015.
Kohavi, R., et al. Controlled Experiments on the Web: Survey and Practical Guide. Data Mining and Knowledge Discovery, vol. 18, no. 1, 2009, pp. 140-181.
Kotter, J. P. Leading Change: Why Transformation Efforts Fail. Harvard Business Review, vol. 85, no. 1, 2007, pp. 96.
Kumar, V. 101 Design Methods: A Structured Approach for Driving Innovation in Your Organization. John Wiley & Sons, 2012.
Lemon, Katherine N., and Peter C. Verhoef. Understanding Customer Experience Throughout the Customer Journey. Journal of Marketing, vol. 80, no. 6, 2016, pp. 69-96.
Liedtka, J. Perspective: Linking Design Thinking with Innovation Outcomes through Cognitive Bias Reduction. Journal of Product Innovation Management, vol. 32, no. 6, 2015, pp. 925-938.
Liedtka, J., and T. Ogilvie. Designing for Growth: A Design Thinking Toolkit for Managers. Columbia University Press, 2011.
vol. 38, no. 3, 1996, pp. 8-37.
Markides, C. Strategic Innovation. Sloan Management Review, vol. 38, no. 3, 1997, pp. 9-23.
Maurya, A. Running Lean: Iterate from Plan A to a Plan that Works. O’Reilly Media, 2012.
McAfee, A., and E. Brynjolfsson. Big Data: The Management Revolution. Harvard Business Review, vol. 90, no. 10, 2012, pp. 60-68.
McGrath, R. G., and I. C. MacMillan. The Entrepreneurial Mindset: Strategies for Continuously Creating Opportunity in an Age of Uncertainty. Harvard Business Press, 2000.
McGrath, R. G., and I. C. MacMillan. Discovery-Driven Planning. Harvard Business Review, vol. 73, no. 4, 1995, pp. 44-54.
Miles, M. B., et al. Qualitative Data Analysis: A Methods Sourcebook. Sage Publications, 2014.
Nielsen, J. Usability Engineering. Morgan Kaufmann, 1993.
Ohno, Taiichi. Toyota Production System: Beyond Large-Scale Production. Productivity Press, 1988.
Osterwalder, A., and Y. Pigneur. Business Model Generation: A Handbook for Visionaries, Game Changers, and Challengers. John Wiley & Sons, 2010.
Osterwalder, A., et al. Value Proposition Design: How to Create Products and Services Customers Want. John Wiley & Sons, 2014.
Pisano, G. P. You Need an Innovation Strategy. Harvard Business Review, vol. 93, no. 6, 2015, pp. 44-54.
Popcorn, Faith. The Popcorn Report: Faith Popcorn on the Future of Your Company, Your World, Your Life. HarperBusiness, 1991.
Porter, M. E. How Competitive Forces Shape Strategy. Harvard Business Review, vol. 57, no. 2, 1979, pp. 137-145.
Porter, M. E. What is Strategy? Harvard Business Review, vol. 74, no. 6, 1996, pp. 61-78.
Reichheld, F. F. The One Number You Need to Grow. Harvard Business Review, vol. 81, no. 12, 2003, pp. 46-62.
Ries, E. The Lean Startup: How Today’s Entrepreneurs Use Continuous Innovation to Create Radically Successful Businesses. Crown Business, 2011.
Rogers, E. M. Diffusion of Innovations. Free Press, 2003.
Schoemaker, P. J. Scenario Planning: A Tool for Strategic Thinking. Sloan Management Review, vol. 36, no. 2, 1995, pp. 25-40.
Senge, P. M. The Fifth Discipline: The Art and Practice of the Learning Organization. Doubleday/Currency, 1990.
Simons, R. Seven Strategy Questions: A Simple Approach for Better Execution. Harvard Business Press, 2010.
Stabell, C. B., and Ø. D. Fjeldstad. Configuring Value for Competitive Advantage: On Chains, Shops, and Networks. Strategic Management Journal, vol. 19, no. 5, 1998, pp. 413-437.
Ulwick, A. W. What Customers Want: Using Outcome-Driven Innovation to Create Breakthrough Products and Services. McGraw-Hill, 2005.
Pugh, S. (1991). Total Design: Integrated Methods for Successful Product Engineering. Addison-Wesley.
Ullman, D. G. (2015). The Mechanical Design Process. McGraw-Hill Education.
Saaty, T. L. (1980). The Analytic Hierarchy Process. McGraw-Hill, New York.
Yezersky, G. Creating Successful Innovations: General Theory of Innovation and Its Applications. Vinci: Institute of Professional Innovators / Università Degli Studi di Firenze, 2006.
Quer saber mais sobre inovação, desenvolvimento de produtos e as últimas tendências tecnológicas? Inscreva-se em nosso blog e fique por dentro das atualizações regulares!
Como parte do nosso compromisso com a transparência, informamos que este blog participa do Programa de Afiliados da Amazon. Isso significa que, se você fizer uma compra através dos links fornecidos aqui, podemos receber uma pequena comissão. No entanto, isso não implica em nenhum custo adicional para você. Esse é um método que nos ajuda a manter o blog em atividade e a oferecer conteúdo relevante e recomendações de qualidade. Agradecemos imensamente o seu apoio!
TGT