A resposta para a pergunta acima é um sonoro não!
No máximo, pode-se ser engraçado e responder, como dizia o Romeu, um amigo dos meus tempos de Bosch: “nã-na-ni-na-não!!”
Recentemente, estive fazendo um levantamento, no LinkedIn, dos perfis de ex-alunos que sei que não concluíram um curso de especialização que eu coordenei, por ter ficado devendo disciplinas e/ou o trabalho conclusivo. Impressionantes 53% dos perfis consultados de não concluintes informavam, em seus perfis, ter finalizado o curso!!
O grau da inverdade variava. Alguns garantiam ter finalizado. Outros, escreveram que ainda estão fazendo o curso (já há alguns anos, quando o prazo de conclusão é de 1 ano e meio…).
Observando este tipo de atitude, começa-se a perceber o tamanho do problema que temos em nossa sociedade. Quem mente no currículo, certamente deve contar vários outros tipos de mentira por aí. Dada a oportunidade, estas pessoas também não se envolveriam em desvios de recursos, superfaturamento e outras coisas que vemos nos noticiários? Ou há algum limite para a desonestidade?
Pensei em preparar uma carta e encaminhar aos empregadores dos mentirosos, alertando sobre o tipo de profissional que estão mantendo em suas equipes. Acabei considerando que as consequências poderiam envolver até mesmo demissões e, assim, afetar familiares que não tem culpa nenhuma. Por outro lado, ficar em silêncio é ser tolerante com a corrupção. É uma contradição.
Uma coisa é certa: os profissionais de RH das empresas precisam ficar atentos. É prática comum, nos concursos públicos, exigir que todos os feitos alegados pelos candidatos sejam devidamente comprovados por meio de documentos e declarações. Isso não elimina, mas, reduz a possibilidade de engodo.
Claramente, não se pode confiar apenas no CV e no perfil do LinkedIn das pessoas.