Mapeando o Terreno da Inovação: A Fase de Investigação

MJA

Como afirmou Charles Kettering, inventor e engenheiro estadunidense, “Um problema bem definido é um problema meio resolvido.”

Neste artigo, vamos examinar de que forma a fase de investigação pode impulsionar decisivamente o entendimento dos problemas e, consequentemente, a inovação estratégica, transformando desafios em oportunidades.

Introdução

Na nossa era da disrupção digital, a única constante é a mudança. A inovação estratégica tornou-se o Santo Graal da sobrevivência e prosperidade empresarial. Contudo, o caminho para a inovação bem-sucedida é frequentemente obscurecido por incertezas e complexidades do mercado. É neste cenário que a importância da fase de investigação se destaca.

A investigação, mais do que uma simples coleta de dados, é um exercício de compreensão profunda da situação, do problema e das possibilidades de solução. Ela permite às organizações navegar no oceano de informações, identificando correntes de oportunidade e evitando recifes de risco. Esta fase crítica não apenas informa decisões, mas também molda a trajetória da inovação.

Neste sétimo artigo da série sobre inovação estratégica, seguimos o processo e buscamos entender as nuances da fase de investigação, explorando suas etapas, desde o estabelecimento de objetivos claros até à análise minuciosa das informações coletadas. Abordaremos metodologias comprovadas, ferramentas inovadoras e insights práticos que capacitarão sua organização a construir uma base sólida para inovações que não apenas respondem às necessidades do mercado, mas as antecipam e as moldam.

Estabelecendo Objetivos e KPIs

O primeiro passo na investigação é estabelecer objetivos claros e mensuráveis. Esta etapa é muito importante, pois “objetivos claros são como faróis que guiam a organização através das tempestades da incerteza” (COLLINS, 2001).

Ao definir os objetivos da investigação, é essencial alinhá-los com a estratégia global da empresa. Isto pode incluir metas como:

  • Identificar novas oportunidades de mercado.
  • Compreender profundamente as necessidades não atendidas dos clientes.
  • Avaliar o potencial de novas tecnologias no setor.

Paralelamente, a definição de Key Performance Indicators / Indicadores Chave de Desempenho (KPIs) apropriados é fundamental. Estes podem incluir:

  • Potencial de mercado (em valor monetário ou volume).
  • Nível de satisfação do cliente com soluções existentes.
  • Taxa de adoção de novas tecnologias no setor.

É importante que os KPIs sejam SMART: Specific, Measurable, Attainable, Relevant, and Timely / Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e Temporais. Afinal, “o que não pode ser medido não pode ser gerenciado” (KAPLAN & NORTON, 1996).

Ao estabelecer objetivos e KPIs, é importante envolver partes interessadas chave de diferentes áreas da organização. Esta abordagem multidisciplinar não apenas enriquece a perspectiva, mas também promove a aceitação organizacional, crucial para o sucesso da iniciativa de inovação.

Lembre-se, os objetivos e KPIs devem ser revisados periodicamente e ajustados conforme necessário, garantindo que a investigação permaneça alinhada com as mudanças no ambiente de negócios e nas prioridades organizacionais.

Coleta de Informações Preliminares com o QIE

A coleta de informações preliminares é um passo crítico que lança as bases para uma investigação robusta. Nesta etapa, o Questionário de Inovação Estratégica (QIE) emerge como uma ferramenta poderosa, permitindo uma abordagem estruturada e abrangente para a coleta de dados.

O QIE aborda vários aspectos cruciais do ambiente de negócios e permite uma exploração tanto quantitativa quanto qualitativa do cenário de inovação. Esta é a estrutura do QIE:

  • Análise do Sistema: identifica o sistema em foco, sua estrutura e sistemas adjacentes.
  • Clientes e Valor: explora quem são os clientes, seus problemas e o que constitui sucesso para eles.
  • Ambiente Competitivo: mapeia concorrentes, suas soluções e vantagens competitivas.
  • Desafio Estratégico: define a natureza do desafio, suas causas e evolução histórica.
  • Percepção do Cliente: avalia como os clientes medem o sucesso de uma solução.
  • Ideação Preliminar: coleta ideias iniciais para possíveis soluções.

Para ilustrar, consideremos um exemplo do QIE aplicado ao caso de Dispositivos Explosivos Improvisados (DEI) em operações militares.

Os DEI têm sido uma arma muito eficaz de terroristas e guerrilheiros contra forças de imposição da paz da ONU. Estatísticas recentes indicam que os DEI são responsáveis por cerca de 60% das mortes e ferimentos do pessoal a serviço da ONU. Um DEI é enterrado, previamente, na estrada por onde os terroristas sabem que passará um comboio de veículos das forças de imposição da paz. Um terrorista fica de vigia, a uma distância segura e, quando o comboio passa por sobre o DEI, o aciona, por meio de uma ligação de celular. Uma segunda possibilidade é um DEI autônomo, com sensor de pressão, que detecta a presença do veículo e inicia, ele mesmo, a explosão.

Qualquer que seja a alternativa, o fato é que o DEI explode e o veículo que está passando sobre ele é fortemente acelerado para cima, pela explosão e, em seguida, para baixo, pela gravidade, gerando dois impactos seguidos, cujas energias superam em muito aquelas encontradas em acidentes automotivos comuns. Além disso, os fragmentos do DEI, altamente energizados pela explosão, perfuram a parte de baixo do veículo e atingem os ocupantes. Usualmente, o resultado final são graves ferimentos ou a morte de todos os passageiros do veículo atingido.

Um DEI e seus efeitos num veículo para o transporte de tropas

Sistema em análise

  • Nome: sistema de Proteção contra DEI para Comboios Militares
  • Propósito: proteger veículos e pessoal militar contra ataques de DEI durante missões de pacificação

Estrutura do sistema

  • Componentes principais: veículos blindados, sistemas de detecção, equipamentos de comunicação, pessoal militar
  • Interações: coordenação entre veículos, comunicação com base de operações, interação com ambiente externo

Super-sistema

  • Sistema de defesa militar mais amplo
  • Operações de pacificação da ONU
  • Infraestrutura de suporte logístico

Funções do sistema

  • Função principal: garantir a segurança do comboio contra ataques de DEI
  • Funções secundárias: manter comunicação, preservar mobilidade, minimizar danos colaterais

Sistemas adjacentes

  • Forças inimigas (criadores e implantadores de DEI)
  • População civil local
  • Infraestrutura viária e urbana
  • Outros elementos militares aliados

Clientes

  • Primários: pessoal militar em missão
  • Secundários: ONU, governos participantes de missões de paz
  • Problema a ser resolvido: redução de baixas e danos causados por DEI

Sucesso do cliente

  • Critérios: zero baixas, cumprimento da missão, mínimo de danos materiais
  • Métricas: taxa de sobrevivência, taxa de conclusão de missões, custo de reposição de equipamentos

Relações atuais com clientes

  • Soluções existentes: blindagem reforçada, veículos resistentes a minas (MRAP), sistemas de detecção eletrônica
  • Limitações: alto custo, redução de mobilidade, eficácia limitada contra DEI avançados

Desafio estratégico

  • Natureza: desenvolver uma solução mais eficaz e economicamente viável para proteção contra DEI
  • Causas: evolução das táticas insurgentes, limitações das tecnologias atuais
  • História: aumento significativo no uso de DEI em conflitos modernos desde os anos 2000

Percepção do cliente sobre o desafio

  • Métricas de sucesso: redução de 90% nas baixas causadas por DEI, aumento de 50% na mobilidade dos comboios
  • Tentativas anteriores: incrementos em blindagem, sistemas de jamming, treinamento avançado de detecção

Potenciais soluções

  • Ideias iniciais: sistemas de detecção avançados baseados em IA, veículos autônomos para desarmamento, contramedidas eletromagnéticas
  • Proposta única de valor: proteção proativa e adaptativa contra DEI com mínimo impacto na mobilidade e custos operacionais

Preparação para Entrevistas com Especialistas

A preparação meticulosa para entrevistas com especialistas é crucial para maximizar o valor da investigação. “A qualidade da informação obtida durante uma entrevista depende em grande parte do entrevistador” (PATTON, 2014).

Primeiramente, identifique os especialistas relevantes. Estes podem incluir:

  • Especialistas internos de diferentes departamentos
  • Líderes de indústria
  • Acadêmicos renomados
  • Consultores especializados

Ao desenvolver o roteiro de entrevista, considere elaborr questões que atendam aos critérios EPIC (Evocative, Probing, Insightful, Concrete / Evocativa, Investigativa, Perspicaz, Concreta) para a elaboração das questões (HEATH & HEATH, 2007):

  • Evocativo: perguntas que estimulam reflexão profunda.
  • Investigativo: questões que aprofundam respostas iniciais.
  • Perspicaz: perguntas que buscam insights únicos.
  • Concreto: questões que solicitam exemplos específicos.

Este é um exemplo de pergunta EPIC para o caso do DEI: “Como poderíamos transformar a própria estrada em um sistema inteligente de detecção e neutralização de DEIs, sem comprometer a mobilidade ou aumentar significativamente os custos operacionais?”

Prepare-se estudando o contexto do especialista e adaptando as perguntas conforme necessário. Estruture suas perguntas de forma lógica e hierárquica para facilitar a análise posterior (MINTO, 2008).

Condução das Entrevistas

A condução eficaz de entrevistas é uma arte que combina habilidades interpessoais com rigor metodológico. “O propósito da entrevista de pesquisa é obter descrições do mundo vivido do entrevistado com respeito à interpretação do significado dos fenômenos descritos” (KVALE, 1996).

Ao conduzir as entrevistas:

  • Estabeleça rapport: comece com uma breve introdução e explique o propósito da entrevista.
  • Use escuta ativa: como sugere S. Covey ,”Procure primeiro entender, depois ser entendido” (COVEY, 2004).
  • Faça perguntas abertas: estas encorajam respostas detalhadas e revelam insights inesperados.
  • Explore respostas: use técnicas de sondagem para aprofundar tópicos interessantes.
  • Mantenha o foco: redirecione a conversa de forma gentil, se ela se desviar muito do tópico.
  • Capture dados com precisão: use gravação (com permissão) e tome notas.
  • Conclua estrategicamente: pergunte se há algo mais que o entrevistado gostaria de adicionar.

De acordo com Brown (2018), “a vulnerabilidade é o nascedouro da inovação, criatividade e mudança.” Procure criar um ambiente onde os entrevistados se sintam seguros para compartilhar ideias ousadas e críticas construtivas.

Análise das Informações Obtidas

A análise das informações coletadas é um processo muito importante que transforma dados brutos em percepções úteis. A excelência em apresentar dados estatísticos consiste em ideias complexas comunicadas com clareza, precisão e eficiência (TUFTE, 2001).

Abordagens para análise:

  • Análise Temática: identifique padrões recorrentes nos dados (BRAUN & CLARKE, 2006).
  • Análise de Conteúdo: quantifique e categorize sistematicamente os dados qualitativos (KRIPPENDORFF, 2018).
  • Grounded Theory: desenvolva teorias baseadas nos dados coletados (GLASER & STRAUSS, 1967).
  • Análise de Redes: mapeie relações entre conceitos ou stakeholders (BORGATTI et al., 2018).

Ao sintetizar as percepções:

  • Triangule dados de diferentes fontes para aumentar a confiabilidade.
  • Busque tanto confirmações quanto refutações das hipóteses iniciais.
  • Identifique lacunas de conhecimento que possam requerer investigação adicional.
  • Desenvolva visualizações claras para comunicar insights complexos.

Não é a mera quantidade de informação que nos tornará mais perspicazes. O que importa é ser capazes de colocá-la no contexto adequado e dela extrair conclusões significativas. (SILVER, 2012).

Finalmente, prepare um relatório conciso que destaque os principais insights, implicações estratégicas e recomendações para as próximas etapas do processo de inovação. Este relatório servirá como base para tomada de decisões informadas nas fases subsequentes do processo de inovação estratégica.

Análise de Concorrentes e Vantagem Competitiva

A análise de concorrentes é essencial para identificar oportunidades de diferenciação e vantagem competitiva. Porter (1980) argumenta que “a essência da formulação de uma estratégia competitiva é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente”.

Para uma análise de concorrentes eficaz:

  1. Identifique concorrentes diretos e indiretos.
  2. Analise suas estratégias, forças e fraquezas.
  3. Avalie suas propostas de valor e posicionamento no mercado.

A “Matriz de Crescimento-Participação” do Boston Consulting Group pode ser útil para mapear a posição competitiva de diferentes players no mercado (HENDERSON, 1970).

Para avaliar a vantagem competitiva, considere o modelo VRIO de Barney (1991):

  • Valor: o recurso agrega valor ao cliente?
  • Raridade: o recurso é raro entre os concorrentes?
  • Imitabilidade: o recurso é difícil de imitar?
  • Organização: a empresa está organizada para explorar o recurso?

McGrath (2013) argumenta que, na era digital, as vantagens competitivas são frequentemente transitórias. Isso ressalta a importância de:

  • Desenvolver agilidade organizacional para adaptar-se rapidamente às mudanças.
  • Cultivar um portfólio de vantagens competitivas.
  • Focar em inovação contínua para manter-se à frente da concorrência.

Ao analisar concorrentes e vantagens competitivas, lembre-se do conselho de Sun Tzu, na obra milenar “A Arte da Guerra”: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”.

Desafios e Melhores Práticas na Fase de Investigação

A fase de investigação, embora crucial, é frequentemente repleta de desafios. Como observa Govindarajan (2016), “o futuro não acontece no vácuo; ele compete pelo tempo, atenção e recursos com o presente”.

Desafios comuns incluem:

  • Viés de confirmação: tendência a buscar informações que confirmem crenças preexistentes.
  • Paralisia por análise: excesso de dados, levando à inação.
  • Miopia temporal: Foco excessivo em tendências de curto prazo.

Melhores práticas para superar esses desafios:

  • Diversidade de perspectivas: equipes com repertórios variados tendem a superar equipes homogêneas na resolução de problemas complexos (PAGE, 2007).
  • Abordagem iterativa: utilize o conceito de “Hypothesis-Driven Inquiry” de Roger Martin para testar e refinar hipóteses continuamente (MARTIN, 2009).
  • Balanceamento de horizontes temporais: aplique o framework “Three Horizons” de McKinsey para equilibrar inovações de curto, médio e longo prazo (Baghai et al., 1999).
  • Cultura de curiosidade: fomente uma mentalidade de aprendizado contínuo, como proposto por Dweck (2006).

Ferramentas e Tecnologias para Investigação Eficaz

A era digital oferece uma miríade de ferramentas e tecnologias para potencializar a fase de investigação. Uma das chaves para o sucesso na era digital é combinar o melhor das máquinas com o melhor dos humanos (BRYNJOLFSSON & MCAFEE, 2017).

Ferramentas essenciais incluem:

  • Plataformas de Inteligência de Mercado: como Gartner, Forrester, ou CB Insights para análises de tendências e concorrentes.
  • Ferramentas de Análise de Dados: Tableau ou Power BI para visualização de dados complexos.
  • Plataformas de Pesquisa de Mercado: SurveyMonkey ou Qualtrics para coleta de dados primários.
  • Software de Análise de Sentimento: para monitorar percepções de marca e produto em mídias sociais.
  • Ferramentas de Mapeamento de Ecossistema: Kumu ou Gephi para visualizar relações complexas entre stakeholders.

Tecnologias emergentes como Inteligência Artificial e Machine Learning estão revolucionando a capacidade de processamento e análise de grandes volumes de dados. Como observa Ng (2017), a IA é a nova eletricidade, enfatizando seu potencial transformador em todas as indústrias.

Ao adotar novas ferramentas, considere o framework SAMR para avaliar como a tecnologia pode Substituir, Aumentar, Modificar ou Redefinir seus processos de investigação (PUENTEDURA, 2006).

Caso SportVision – Fase de Investigação

Continuando o caso da SportVision e seu projeto de sistema de challenge para esportes amadores, iniciado no artigo anterior da série, vamos explorar como a empresa realizou a Fase de Investigação.

Estabelecendo Objetivos e KPIs

A SportVision definiu os seguintes objetivos:

  1. Avaliar o tamanho do mercado potencial para sistemas de challenge em esportes amadores.
  2. Identificar as principais barreiras tecnológicas e financeiras para a adoção.
  3. Determinar a disposição dos clubes amadores em investir em tal tecnologia.

Os KPIs incluíram:

  • Número de clubes amadores interessados.
  • Preço máximo aceitável para o sistema.
  • Frequência estimada de uso do sistema em jogos amadores.

Coleta de Informações Preliminares com o QIE

A SportVision adaptou o QIE para seu contexto, focando em:

  • Sistema em análise: arbitragem em esportes amadores de quadra.
  • Clientes: clubes amadores, federações locais, jogadores entusiastas.
  • Desafio: tornar a tecnologia de challenge acessível e relevante para o contexto amador.

Preparação e Condução de Entrevistas

A empresa entrevistou:

  • Dirigentes de clubes amadores.
  • Árbitros de diferentes modalidades.
  • Jogadores amadores de diversos níveis.
  • Fabricantes de tecnologias similares para o contexto profissional.

Mapeando o Terreno da Inovação: Fase de Investigação 3

Análise das Informações

A análise revelou:

  • Um interesse significativo no conceito, especialmente em torneios amadores de maior prestígio.
  • Preocupações com o custo e a complexidade de implementação.
  • Oportunidades para simplificar a tecnologia sem comprometer a eficácia.

Como resultado desta fase de investigação, a SportVision identificou o tênis e o vôlei de praia como os esportes com maior potencial inicial para adoção. Também descobriu a necessidade de desenvolver uma solução mais simples e portátil em comparação com os sistemas profissionais existentes.

Este caso ilustra como uma investigação estruturada pode fornecer percepções úteis para direcionar o desenvolvimento de uma inovação, alinhando-a mais precisamente com as necessidades e realidades do mercado-alvo.

Preparando o Terreno para as Próximas Fases

A fase de investigação estabelece a base para todo o processo de inovação estratégica. Para preparar o terreno para as próximas fases:

  • Sintetize as percepções: crie um documento conciso que resuma as principais descobertas e implicações.
  • Identifique oportunidades: utilize o framework “Dez Tipos de Inovação” de Keeley et al. (2013) para mapear potenciais áreas de inovação.
  • Alinhe stakeholders: realize workshops para compartilhar descobertas e alinhar expectativas, seguindo o modelo de “Strategic Conversations” proposto por Van der Heijden (2005).
  • Defina critérios de decisão: estabeleça métricas claras para avaliar ideias nas fases subsequentes, inspirando-se no “Innovation Metrics Toolkit” da IDEO (IDEO, 2015).
  • Cultive uma mentalidade de experimentação: adote o princípio de “fail fast, learn fast” do Design Thinking (BROWN, 2009) para as fases de ideação e prototipagem.

Conclusão

A fase de investigação é o alicerce sobre o qual se constrói uma estratégia de inovação robusta e alinhada com as realidades do mercado. Como observa Hamel (2006), “a inovação é a única forma de escapar da hipercompetição”.

Através de uma investigação meticulosa, as organizações podem:

  • Identificar oportunidades latentes no mercado.
  • Compreender profundamente as necessidades dos clientes.
  • Mapear o ambiente competitivo e tecnológico.
  • Estabelecer uma base sólida para a geração de ideias inovadoras.

É crucial lembrar que a investigação não é um evento único, mas um processo contínuo. Como argumenta McGrath (2013), as empresas precisam constantemente recalibrar suas estratégias em resposta às mudanças no ambiente.

Ao dominar a arte e a ciência da investigação estratégica, as organizações se posicionam não apenas para responder às mudanças, mas para liderá-las, criando o futuro em vez de apenas reagir a ele.

Para Saber Mais

Para aprofundar seu conhecimento em inovação estratégica e, especificamente, na fase de investigação, recomendamos os seguintes livros:

  • A Estratégia do Oceano Azul, de W. C. Kim e R. Mauborgne, apresenta uma abordagem inovadora para a estratégia empresarial, focando na criação de novos mercados em vez de competir pelos mercados existentes.
  • O Dilema da Inovação, por C. M. Christensen, é um livro fundamental para compreender o conceito de inovação disruptiva e seus impactos nas empresas e indústrias.
  • A Startup Enxuta, de E. Ries, apresenta uma abordagem ágil para o desenvolvimento de novos produtos e negócios, altamente relevante para a inovação estratégica.
  • Estratégias Arrasadoras, por R. G. McGrath e I. C. MacMillan oferece ferramentas práticas para identificar e explorar novas oportunidades de crescimento.

Referências

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TGT

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