Uma pesquisa recente do Electronic Engineering Times apontou que 85% dos engenheiros pesquisados não usa o Twitter.
Na mesma pesquisa, mais da metade dos engenheiros concordou que a afirmação “Não me interessa nem um pouco o que você comeu no café da manhã” expressa bem a sua impressão sobre o Twitter: pura frivolidade.
Em essência, o motivo é que os engenheiros necessitam poder dispor de blocos de tempo nos quais sua atenção fique focalizada na sua atividade.
Esta necessidade, na verdade, não é apenas de engenheiros, mas, de quem quer que esteja envolvido seriamente em atividades desafiadoras e que demandem alto nível de habilidade. Isso pode acontecer na concepção de produtos, processos, modelos de negócio, teses, livros, poesias, pinturas, peças teatrais, software e assim por diante. A resolução de problemas também se enquadra aqui.
O famoso professor de psicologia Mihail Csikszentmihalyi abordou este tema em seu livro Flow – A Psicologia do Alto Desempenho e da Felicidade.
No estado de flow, ou fluxo, a sensação que se tem é de estar perdido na atividade. Ela é tão desafiadora, interessante e prazerosa que, simplesmente, não se consegue abandoná-la.
O termo fluxo vem da metáfora, utilizada por várias pessoas estudadas por Csikszentmihaly, sobre ter a sensação de que uma suave corrente de água os carregava enquanto estavam absorvidos na sua atividade.
Csikszentmihaly utilizou a figura abaixo para posicionar o estado de fluxo em relação a outros estados mentais.
O Twitter e as outras ferramentas de comunicação de que dispomos tem a sua importância e nos permitem colaborar e ficar a par do que acontece no mundo. Eu mesmo tenho uma conta, usada principalmente para difundir as publicações aqui do blog. Entretanto, tenho consciência de que completar as coisas implica em poder dispor de blocos de tempo para que o trabalho aconteça sem interrupções.
Quem não limita as paradas não programadas pode perceber que horas, dias e mesmo semanas se passam com mera impressão de atividade e sem resultados efetivos. O Twitter e seus primos mais velhos podem tornar impossível entrar no estado de fluxo, necessário para a criatividade e a inovação. E aí, não há metodologia de inventividade ou inovação que possa ajudar.
Marco, parabens pelo seu blog, possui conteudos muito interessantes! Agora eu entendo o porque de nao gostar e nao utilizar o twitter, fantastica e muito coerente a conclusao da pesquisa.
Um abraço.
Filippo de Carvalho Gava
Engenheiro Civil
Olá Filippo,
obrigado pelo apoio!
Marco
Esta é de um músico sobre o twitter:
“The tweets are getting shorter, but the songs are still 4 minutes long. You’re coming up with 140-character zingers, and the song is still 4 minutes long…I realized about a year ago that I couldn’t have a complete thought anymore. And I was a tweetaholic. I had four million twitter followers, and I was always writing on it. And I stopped using twitter as an outlet and I started using twitter as the instrument to riff on, and it started to make my mind smaller and smaller and smaller. And I couldn’t write a song.”