MJA
Imagine uma orquestra onde cada músico toca sua própria melodia favorita. O resultado? Cacofonia. Agora, pense na inovação estratégica como uma sinfonia empresarial. O alinhamento estratégico é o que permite transformar ideias dispersas em uma obra-prima harmoniosa. Neste artigo, desvendamos os segredos para compor sua própria sinfonia de sucesso na inovação.
Introdução
Bem-vindos ao sexto artigo de nossa série sobre inovação estratégica. Nos artigos anteriores, exploramos os fundamentos da inovação estratégica, sua grande importância no cenário empresarial atual, as teorias que moldam nosso entendimento sobre o tema, os riscos e desafios inerentes ao processo de inovação, e a relevância do pensamento sistêmico nesse contexto. Também apresentamos um processo estruturado de seis fases para implementar a inovação estratégica de forma eficaz.
Agora, abordaremos a primeira e talvez mais crítica fase desse processo: o Alinhamento Estratégico. Esta fase é o alicerce sobre o qual todo o edifício da inovação estratégica será construído. Sem um alinhamento adequado, até as ideias mais brilhantes podem falhar em criar valor sustentável para a organização.
Neste artigo, exploraremos em profundidade o que significa alinhamento estratégico no contexto da inovação, por que ele é tão essencial, e como alcançá-lo de maneira eficaz. Examinaremos as ferramentas e práticas essenciais, discutiremos os desafios comuns e como superá-los, e apresentaremos um caso de estudo inspirador. Prepare-se para uma jornada que transformará sua abordagem de inovação estratégica.
Revisitando o Processo de Inovação Estratégica
Antes de nos aprofundarmos no alinhamento estratégico, vamos recapitular brevemente nosso processo de inovação estratégica, delineado no artigo anterior. Este processo consiste em seis fases interconectadas:
- Alinhamento Estratégico
- Investigação
- Análise
- Descoberta
- Síntese
- Desenvolvimento e Implementação
Cada fase desempenha um papel importante no processo global, mas é o Alinhamento Estratégico que estabelece o tom e a direção para todas as etapas subsequentes. Esta primeira fase assegura que os esforços de inovação estejam intrinsecamente ligados à visão, missão e objetivos de longo prazo da organização.
O alinhamento estratégico influencia profundamente as fases seguintes do processo. Na fase de Investigação, ele orienta a coleta de dados e insights relevantes. Durante a Análise, fornece o contexto para interpretar as informações coletadas. Na fase de Descoberta, ajuda a identificar oportunidades que estão alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa. Durante a Síntese, guia a seleção e refinamento das ideias mais promissoras. E, finalmente, na fase de Desenvolvimento e Implementação, assegura que as inovações desenvolvidas contribuam efetivamente para os objetivos estratégicos da organização.
Em essência, o alinhamento estratégico atua como um fio condutor que perpassa todo o processo de inovação, garantindo coerência e foco em cada etapa. Sem ele, as organizações correm o risco de desperdiçar recursos em iniciativas que, embora inovadoras, podem não contribuir para o alcance de seus objetivos estratégicos de longo prazo.
A Essência do Alinhamento Estratégico
O alinhamento estratégico, no contexto da inovação estratégica, refere-se ao processo de garantir que todas as atividades de inovação estejam em harmonia com os objetivos estratégicos gerais da organização. Como Kaplan e Norton (2006) enfatizam, sem alinhamento, a execução da estratégia é apenas uma questão de sorte.
A importância do alinhamento estratégico para a inovação depende de vários fatores:
- Foco: direciona os esforços de inovação para áreas que têm o maior impacto potencial nos objetivos da empresa.
- Eficiência: reduz o desperdício de recursos em iniciativas que não contribuem para os objetivos estratégicos.
- Coerência: assegura que diferentes departamentos e equipes trabalhem em direção a metas comuns.
- Adaptabilidade: permite que a organização responda rapidamente às mudanças no ambiente de negócios, mantendo o alinhamento com seus objetivos de longo prazo.
Pisano (2015) argumenta que sem uma estratégia de inovação, os esforços de inovação e investimentos podem facilmente se tornar uma miscelânea de iniciativas ad hoc. O alinhamento estratégico fornece o quadro necessário para evitar essa armadilha.
A conexão entre a estratégia corporativa e os esforços de inovação é bidimensional. Por um lado, a estratégia corporativa deve informar e orientar as iniciativas de inovação. Por outro, as capacidades e oportunidades de inovação devem influenciar a formação da estratégia corporativa. Christensen e Raynor (2003) enfatizam a importância de alinhar a inovação com o conjunto de crenças da empresa sobre como criar valor no mercado.
Componentes-Chave do Alinhamento Estratégico
Para alcançar um alinhamento estratégico eficaz, as organizações devem focar em quatro componentes-chave:
Compreensão profunda da estratégia corporativa atual
Antes de alinhar os esforços de inovação, é vital ter uma compreensão clara e compartilhada da estratégia corporativa. Collins e Porras (1996) destacam a importância de uma visão inspiradora que consista em valores fundamentais e um propósito central.
Identificação de lacunas entre o estado atual e o desejado
Este processo, também conhecido como análise de gaps, envolve a avaliação sistemática da situação atual da empresa em relação aos seus objetivos estratégicos. Kaplan e Norton (2008) propõem o uso de mapas estratégicos para visualizar essas lacunas e as relações causais entre diferentes objetivos estratégicos.
Definição de como a inovação pode preencher as lacunas
Uma vez identificadas as lacunas, é necessário determinar como a inovação pode contribuir para preenchê-las. Christensen et al. (2016) sugerem o uso da abordagem Jobs to be Done para identificar oportunidades de inovação que atendam às necessidades não satisfeitas dos clientes e, ao mesmo tempo, alinhem-se com os objetivos estratégicos da empresa.
Definindo a visão e objetivos de longo prazo para inovação
Com base nos três componentes anteriores, a organização deve articular uma visão clara para seus esforços de inovação e definir objetivos de longo prazo. Estes objetivos devem ser SMART (Specific, Measurable, Attainable, Relevant, and Timely / Específicos, Mensuráveis, Alcançáveis, Relevantes e Temporais), como proposto por Doran (1981).
Osterwalder e Pigneur (2010) argumentam que o alinhamento estratégico deve ser refletido no modelo de negócios da empresa. Eles propõem o uso do Business Model Canvas como uma ferramenta para visualizar e alinhar diferentes elementos do modelo de negócios com a estratégia de inovação.
O alinhamento estratégico não é um exercício único, mas um processo contínuo. Kotter (2007) enfatiza a importância de comunicar constantemente a visão e dar poder aos colaboradores para agir de acordo com ela. Isso cria uma cultura organizacional que sustenta o alinhamento estratégico ao longo do tempo.
Ferramentas para Alcançar o Alinhamento Estratégico
Para alcançar um alinhamento estratégico eficaz, as organizações podem utilizar uma variedade de ferramentas poderosas. Aqui estão algumas das mais eficazes:
Balanced Scorecard e Mapa Estratégico
O Balanced Scorecard (BSC), desenvolvido por Kaplan e Norton (1992), é uma ferramenta de gestão estratégica que traduz a visão e estratégia da organização em um conjunto coerente de medidas de desempenho. O Mapa Estratégico, uma evolução do BSC, fornece uma representação visual das relações causa-efeito entre os componentes da estratégia de uma organização (KAPLAN & NORTON, 2004).
Essas ferramentas são particularmente úteis para o alinhamento estratégico, pois permitem que as organizações:
- Clarifiquem e traduzam a visão e a estratégia.
- Comuniquem e vinculem objetivos e medidas estratégicas.
- Planejem, estabeleçam metas e alinhem iniciativas estratégicas.
- Melhorem o feedback e o aprendizado estratégico.
Matriz de Prioridades Estratégicas
A Matriz de Prioridades Estratégicas, também conhecida como Matriz de Eisenhower, é uma ferramenta simples mas poderosa para priorizar iniciativas de inovação com base em sua importância estratégica e urgência (COVEY et al., 1994). Esta matriz ajuda as organizações a:
- Identificar quais iniciativas de inovação são mais críticas para a estratégia.
- Alocar recursos de forma mais eficiente.
- Manter o foco em atividades de alto impacto estratégico.
Análise de Cenários
A Análise de Cenários, popularizada por Schwartz (1991), é uma ferramenta de planejamento estratégico que permite às organizações explorar múltiplos futuros plausíveis e suas implicações para a estratégia de inovação. Esta abordagem:
- Amplia a perspectiva estratégica da organização.
- Identifica potenciais disruptores e oportunidades futuras.
- Testa a robustez das estratégias de inovação em diferentes contextos.
Framework V2MOM
O V2MOM (Visão, Valores, Métodos, Obstáculos e Medidas) é uma ferramenta de alinhamento que ajuda a clarificar prioridades e alinhar equipes em torno de objetivos comuns (BENIOFF & ADLER, 2009). Este framework:
- Articula claramente a visão e os valores da organização.
- Define métodos específicos para alcançar objetivos.
- Identifica potenciais obstáculos e como superá-los.
- Estabelece medidas claras de sucesso.
Outras ferramentas relevantes
Outras ferramentas úteis para o alinhamento estratégico incluem:
- O Business Model Canvas (OSTERWALDER & PIGNEUR, 2010), que ajuda a visualizar como diferentes elementos do modelo de negócios se alinham com a estratégia de inovação.
- A Matriz SWOT (HUMPHREY, 2005), que pode ser usada para alinhar iniciativas de inovação com as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da organização.
- O Framework OKR (Objectives and Key Results / Objetivos e Resultados Chave), popularizado pelo Google, que ajuda a alinhar e conectar objetivos em toda a organização (DOERR, 2018).
Criando uma Cultura de Alinhamento
O alinhamento estratégico não é apenas uma questão de ferramentas e processos; é fundamentalmente uma questão de cultura organizacional. Criar uma cultura de alinhamento é essencial para o sucesso a longo prazo da inovação estratégica.
Importância da comunicação contínua
Kotter (2007) enfatiza que a comunicação eficaz da visão é vital para o sucesso de qualquer iniciativa de mudança. No contexto do alinhamento estratégico, isso significa:
- Comunicar regularmente a estratégia e os objetivos de inovação.
- Usar múltiplos canais de comunicação para atingir todos os níveis da organização.
- Demonstrar como as iniciativas de inovação se alinham com a estratégia geral.
Empoderamento dos colaboradores
Empoderar os funcionários para tomar decisões alinhadas com a estratégia é fundamental. Como argumenta Amabile e Kramer (2011), o progresso significativo no trabalho é o maior motivador para os funcionários. Isso pode ser alcançado:
- Fornecendo aos funcionários o contexto estratégico para suas decisões.
- Incentivando a autonomia dentro de limites estratégicos claramente definidos.
- Reconhecendo e recompensando iniciativas que demonstrem alinhamento estratégico.
Sessões regulares de revisão estratégica
Revisões estratégicas regulares são essenciais para manter o alinhamento ao longo do tempo. Collins e Porras (1996) enfatizam a importância de preservar o núcleo enquanto se estimula o progresso. Isso pode ser alcançado através de:
- Reuniões trimestrais de revisão estratégica.
- Workshops anuais de alinhamento estratégico.
- Incorporação de métricas de alinhamento em revisões de desempenho regulares.
Ao implementar essas práticas, as organizações podem criar uma cultura onde o alinhamento estratégico se torna parte integrante do DNA da empresa, impulsionando a inovação estratégica de forma consistente e eficaz.
Desafios e Armadilhas no Alinhamento Estratégico
Apesar de sua importância crítica, o alinhamento estratégico frequentemente enfrenta desafios significativos. Reconhecer e abordar esses obstáculos é essencial para o sucesso da inovação estratégica.
Comunicação vertical deficiente
Um dos maiores desafios é a falha na comunicação eficaz da estratégia em todos os níveis da organização. Como observado por Beer e Eisenstat (2000), a comunicação vertical inadequada é uma das silent killers da implementação estratégica. Para superar isso:
- Implemente canais de comunicação bidirecional.
- Use narrativas e histórias para tornar a estratégia mais tangível e relevante.
- Realize sessões regulares de perguntas e respostas com a liderança.
Resistência à mudança
A resistência à mudança pode minar os esforços de alinhamento estratégico. Kotter e Schlesinger (2008) identificam várias razões para essa resistência, incluindo interesse próprio, mal-entendidos e baixa tolerância à mudança. Para mitigar:
- Envolva os funcionários no processo de alinhamento desde o início.
- Forneça treinamento e suporte adequados.
- Comunique claramente os benefícios da mudança para indivíduos e equipes.
Falta de métricas claras
Sem métricas claras, é difícil avaliar e manter o alinhamento estratégico. Neely et al. (2002) enfatizam a importância de um sistema de medição de desempenho bem projetado. Para abordar isso:
- Desenvolva KPIs específicos para o alinhamento estratégico.
- Implemente um sistema de monitoramento em tempo real.
- Revise e ajuste regularmente as métricas conforme a estratégia evolui.
Superando os desafios
Para superar esses desafios, as organizações podem:
- Criar uma equipe dedicada ao alinhamento estratégico.
- Implementar um programa de embaixadores da estratégia em diferentes níveis da organização.
- Utilizar tecnologia para facilitar a comunicação e o monitoramento do alinhamento.
- Conduzir auditorias regulares de alinhamento estratégico.
Como Sull et al. (2015) argumentam, o alinhamento estratégico não é um evento único, mas um processo contínuo que requer atenção e ajustes constantes.
Caso: Empresa de Tecnologia Esportiva
Para ilustrar a aplicação prática do alinhamento estratégico no início do processo de inovação, consideremos o caso da SportsVision, uma empresa de tecnologia esportiva.
A SportsVision, uma empresa de médio porte especializada em tecnologia esportiva, identificou uma oportunidade potencial no mercado de esportes amadores. A ideia inicial era desenvolver um sistema de challenge acessível e versátil, inspirado no Hawk-Eye usado em torneios profissionais de tênis, mas adaptável para diversos esportes de quadra e areia, como tênis, beach tennis, vôlei e vôlei de praia, entre outros.
O sistema proposto seria capaz de:
1. Determinar com precisão se a bola estava dentro ou fora dos limites da quadra/campo.
2. Adaptar-se às diferentes dimensões e superfícies de jogo (quadra dura, saibro, areia).
3. Oferecer replay instantâneo para jogadores e árbitros.
4. Integrar-se com sistemas de placar eletrônico e transmissão ao vivo.
Processo de alinhamento estratégico da empresa
Antes de avançar com a ideia, a SportsVision iniciou um rigoroso processo de alinhamento estratégico utilizando o framework V2MOM:
Visão: democratizar tecnologias avançadas no esporte amador e semiprofissional, abrangendo múltiplas modalidades.
Valores:
– Inovação acessível
– Integridade do jogo
– Experiência do usuário
– Versatilidade e adaptabilidade
Métodos:
1. Conduzir pesquisa de mercado aprofundada para múltiplos esportes.
2. Avaliar viabilidade tecnológica e financeira de um sistema multiesportivo.
3. Estabelecer parcerias estratégicas com clubes, federações e ligas de diferentes modalidades.
4. Desenvolver um protótipo adaptável para diferentes superfícies e tamanhos de quadra/campo.
Obstáculos:
– Alto custo das tecnologias existentes.
– Complexidade técnica para adaptar o sistema a diferentes esportes.
– Possível resistência de árbitros e jogadores tradicionais.
– Desafios regulatórios em competições amadoras de diferentes modalidades.
– Necessidade de calibração e configuração específica para cada esporte.
Medidas:
– Alinhamento com o plano estratégico de 5 anos da empresa.
– Potencial de mercado estimado para cada modalidade esportiva.
– Viabilidade técnica inicial do sistema multiesportivo.
– Retorno sobre investimento projetado considerando múltiplos esportes.
Desafios no processo de alinhamento
- Divergências internas: alguns executivos questionaram se o projeto multiesportivo se alinhava com o foco histórico da empresa em equipamentos para tênis. A liderança facilitou workshops de alinhamento para demonstrar como o projeto se encaixava na visão mais ampla de democratizar a tecnologia esportiva e expandir para novos mercados.
- Incertezas de mercado: havia dúvidas sobre o tamanho real do mercado e a disposição dos clubes amadores de diferentes modalidades em adotar tal tecnologia. A equipe de estratégia conduziu uma análise preliminar de mercado para cada esporte alvo, informando o processo de alinhamento.
- Complexidade tecnológica: surgiram preocupações sobre a viabilidade de criar um sistema verdadeiramente adaptável a diferentes esportes. A equipe de P&D foi envolvida para avaliar os desafios técnicos e propor soluções inovadoras.
- Alocação de recursos: a diretoria realizou um exercício de priorização estratégica para avaliar este projeto multiesportivo em relação a outras oportunidades, considerando o potencial de longo prazo de expandir para novos mercados.
Resultados do alinhamento estratégico
Após seis semanas de deliberações, análises e consultas com especialistas em diferentes modalidades esportivas, a SportsVision concluiu que:
- O projeto multiesportivo estava bem alinhado com a visão expandida da empresa e oferecia um potencial significativo de crescimento e diversificação.
- Havia um mercado substancial para tecnologia de arbitragem em esportes amadores e semiprofissionais, com variações interessantes entre as diferentes modalidades.
- A abordagem multiesportiva oferecia vantagens competitivas únicas e barreiras de entrada para potenciais concorrentes.
- O projeto foi priorizado para passar à próxima fase de investigação mais detalhada, com um foco inicial em tênis e beach tennis, seguido por vôlei e vôlei de praia em uma segunda fase.
- A empresa decidiu alocar recursos adicionais para P&D a fim de superar os desafios técnicos de criar um sistema verdadeiramente adaptável.
Este caso ilustra como o alinhamento estratégico pode servir não apenas como um filtro para ideias inovadoras, mas também como um catalisador para expandir a visão e o escopo de uma empresa. Ao abordar o projeto de uma perspectiva multiesportiva, a SportsVision não apenas identificou uma oportunidade de inovação, mas também um caminho potencial para transformação e crescimento organizacional.
Melhores Práticas para um Alinhamento Estratégico Eficaz
Para maximizar o sucesso do alinhamento estratégico na inovação, as organizações devem adotar as seguintes melhores práticas:
Envolvimento da liderança sênior
O comprometimento e o envolvimento ativo da liderança sênior são cruciais para o sucesso do alinhamento estratégico. Como argumenta Kotter (2012), a liderança eficaz é essencial para conduzir mudanças significativas. A liderança deve:
- Modelar o comportamento desejado.
- Alocar recursos adequados para iniciativas de alinhamento.
- Remover obstáculos organizacionais ao alinhamento.
Abordagem colaborativa e inclusiva
O alinhamento estratégico não deve ser um processo top-down. Senge (2006) enfatiza a importância do aprendizado organizacional e do pensamento sistêmico. As organizações devem:
- Envolver funcionários de todos os níveis no processo de alinhamento.
- Fomentar uma cultura de feedback contínuo.
- Criar espaços para diálogo aberto sobre estratégia e inovação.
Revisão e ajuste contínuos
O ambiente de negócios está em constante mudança, e o alinhamento estratégico deve evoluir correspondentemente. Teece et al. (1997) argumentam que as capacidades dinâmicas são cruciais para o sucesso em ambientes em rápida mudança. As organizações devem:
- Estabelecer ciclos regulares de revisão estratégica.
- Usar dados e análises para informar ajustes na estratégia.
- Cultivar a agilidade organizacional para responder rapidamente às mudanças.
Alinhamento de incentivos
Os sistemas de recompensa e reconhecimento devem estar alinhados com os objetivos estratégicos da inovação. Kerr (1975) famosamente observou que muitas organizações recompensam A enquanto esperam B. Para evitar isso:
- Alinhe as métricas de desempenho individual e de equipe com os objetivos estratégicos.
- Reconheça e recompense comportamentos que demonstrem alinhamento estratégico.
- Revise regularmente os sistemas de incentivos para garantir que permaneçam alinhados com a estratégia em evolução.
Conclusão
O alinhamento estratégico é o alicerce sobre o qual a inovação estratégica bem-sucedida é construída. Ao longo deste artigo, exploramos sua grande importância, os componentes-chave, as ferramentas para alcançá-lo, os desafios comuns e as melhores práticas para sua implementação eficaz.
Como vimos no caso da TennisVision, o alinhamento estratégico pode transformar ideias inovadoras em sucessos de mercado tangíveis. No entanto, é um processo contínuo que requer atenção constante, comunicação eficaz e adaptabilidade.
Para líderes e organizações que buscam impulsionar a inovação estratégica, o chamado à ação é claro: priorize o alinhamento estratégico. Invista tempo e recursos para garantir que todas as iniciativas de inovação estejam firmemente ancoradas na estratégia mais ampla da organização.
Nosso próximo passo na jornada da inovação estratégica será mergulhar na fase de Investigação, onde exploraremos como coletar e analisar dados cruciais para informar adequadamente as nossas decisões de inovação.
Para Saber Mais
Para aprofundar seu entendimento sobre alinhamento estratégico e inovação, recomendamos os seguintes livros:
- Liderando Mudanças, por J. P. Kotter é uma análise abrangente sobre como liderar mudanças organizacionais eficazes.
- A Quinta Disciplina, de P. M. Senge explora o conceito de organizações de aprendizagem e pensamento sistêmico.
- A Estratégia do Oceano Azul, por W. C. Kim e Renée Mauborgne oferece uma perspectiva única sobre como criar novos espaços de mercado através da inovação estratégica.
- Muito Além da Sorte, de C. M. Christensen et al. apresenta a teoria Jobs to be Done e sua aplicação na inovação estratégica.
- Strategic Management and Organisational Dynamics, por R. D. Stacey – uma exploração profunda da complexidade e dinâmica da gestão estratégica.
Referências
Amabile, T.; Kramer, S.. The Progress Principle: Using Small Wins to Ignite Joy, Engagement, and Creativity at Work. Harvard Business Review Press, 2011.
Beer, M.; Eisenstat, R. A. The Silent Killers of Strategy Implementation and Learning. Sloan Management Review, vol. 41, no. 4, 2000, pp. 29-40.
Benioff, M.; Adler, C. Behind the Cloud: The Untold Story of How Salesforce.com Went from Idea to Billion-Dollar Company and Revolutionized an Industry. Jossey-Bass, 2009.
Brown, T. Design Thinking. Harvard Business Review, vol. 86, no. 6, 2008, pp. 84-92.
Christensen, C. M.; Raynor, M. E. The Innovator’s Solution: Creating and Sustaining Successful Growth. Harvard Business Press, 2003.
Collins, J. C.; Porras, J. I.. Building Your Company’s Vision. Harvard Business Review, vol. 74, no. 5, 1996, pp. 65-77.
Covey, S. R.; Merrill, A. R.; Merrill, R. R. First Things First: To Live, to Love, to Learn, to Leave a Legacy. Simon and Schuster, 1994.
Doerr, J. Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs. Penguin, 2018.
Doran, G. T. There’s a S.M.A.R.T. Way to Write Management’s Goals and Objectives. Management Review, vol. 70, no. 11, 1981, pp. 35-36.
Humphrey, A. S. SWOT Analysis for Management Consulting. SRI Alumni Newsletter, vol. 1, 2005, pp. 7-8.
Kaplan, R. S.; Norton, D. P. Alignment: Using the Balanced Scorecard to Create Corporate Synergies. Harvard Business Press, 2006.
—. Strategy Maps: Converting Intangible Assets into Tangible Outcomes. Harvard Business Press, 2004.
—. The Balanced Scorecard: Measures That Drive Performance. Harvard Business Review, vol. 70, no. 1, 1992, pp. 71-79.
—. The Execution Premium: Linking Strategy to Operations for Competitive Advantage. Harvard Business Press, 2008.
Kerr, S. On the Folly of Rewarding A, While Hoping for B. Academy of Management Journal, vol. 18, no. 4, 1975, pp. 769-783.
Kotter, J. P. Leading Change. Harvard Business Review Press, 2012.
—. Leading Change: Why Transformation Efforts Fail. Harvard Business Review, vol. 85, no. 1, 2007, pp. 96-103.
Kotter, J. P.; Schlesinger, L. A. Choosing Strategies for Change. Harvard Business Review, vol. 86, no. 7/8, 2008, pp. 130-139.
Neely, A.; Adams, C.; Kennerley, M. The Performance Prism: The Scorecard for Measuring and Managing Business Success. Prentice Hall, 2002.
Osterwalder, A.; Pigneur, Y. Business Model Generation: A Handbook for Visionaries, Game Changers, and Challengers. John Wiley & Sons, 2010.
Pisano, G. P. You Need an Innovation Strategy. Harvard Business Review, vol. 93, no. 6, 2015, pp. 44-54.
Schwartz, P. The Art of the Long View: Planning for the Future in an Uncertain World. Currency Doubleday, 1991.
Senge, P. M. The Fifth Discipline: The Art & Practice of The Learning Organization. Random House, 2006.
Sull, D.; Homkes, R.; Sull, C. Why Strategy Execution Unravels—and What to Do About It. Harvard Business Review, vol. 93, no. 3, 2015, pp. 57-66.
Teece, D. J.; Pisano, G.; Shuen, A. Dynamic Capabilities and Strategic Management. Strategic Management Journal, vol. 18, no. 7, 1997, pp. 509-533.
Quer saber mais sobre inovação, desenvolvimento de produtos e as últimas tendências tecnológicas? Inscreva-se em nosso blog e fique por dentro das atualizações regulares!
Como parte do nosso compromisso com a transparência, informamos que este blog participa do Programa de Afiliados da Amazon. Isso significa que, se você fizer uma compra através dos links fornecidos aqui, podemos receber uma pequena comissão. No entanto, isso não implica em nenhum custo adicional para você. Esse é um método que nos ajuda a manter o blog em atividade e a oferecer conteúdo relevante e recomendações de qualidade. Agradecemos imensamente o seu apoio!
TGT