O terceiro dia foi iniciado com uma assembleia geral da Sociedade Japonesa de TRIZ. Em seguida, começaram as sessões paralelas.
Na Sessão A, Shinsuke Kurosawa falou sobre o posicionamento da TRIZ como ciência, que é como seu criador (G. S. Altshuller) a enxergava, em contraposição à TRIZ como metodologia ou ferramenta, que é onde tem encontrado sua maior difusão e aplicação. O Prof. Toru Nakagawa, da Universidade Osaka Gakuin, fez uma apresentação sobre a modelagem múltipla como forma de definir problemas a serem resolvidos, com foco no caso da difusão da TRIZ entre os jovens. Em seguida, o Prof. Manabu Sawaguchi, da Universidade Waseda (sede do evento) compartilhou sua experiência no treinamento de engenheiros em TRIZ. Então, Tetsuaki Nakamikawa, da Hitachi, apresentou um método simplificado para previsão tecnológica e um exemplo de sua aplicação a sistemas ferroviários.
A sessão B foi iniciada por Koichi Makino, da Universidade Waseda, propondo um método para a avaliação de ideias. A seguir, Takeshi Furumoto, do Instituto Sanno de Administração, falou sobre a identificação de gargalos, aplicando o modelo de criação de conhecimento (SECI) e a TRIZ. Shunsuke Migita (Resonance Propriedade Intelectual) apresentou uma interessante discussão do uso da TRIZ no suporte à estratégia de propriedade intelectual de uma empresa. Encerrando esta sessão, Hiroshi Hasegawa (Instituto de Tecnologia Shibaura) falou sobre a mudança qualitativa, um dos fundamentos do Método SIT.
Depois das sessões da manhã, almoçamos (o saboroso box lunch monstrado na imagem acima) e assistimos a sete rápidas apresentações (sessões pôster), seguidas de uma discussão sobre o uso da TRIZ em conjunto com o método Kepner Tregoe, de modo a combinar a geração de ideias e a tomada de decisão, por Satoshi Okada (Hitachi). O caso apresentado ilustrou as ferramentas utilizadas no desenvolvimento de pigs (dispositivos utilizados na limpeza e inspeção de tubulações). Hisao Kobayashi (THK) apresentou um caso em que a TRIZ e o método USIT foram utilizados na análise e geração de soluções para o isolamento sísmico de um tanque de água. Hideaki Kosha (Hitachi) apresentou um caso de criação de barreiras patentárias com uso do método USIT.
Na discussão final, o Prof. Toru Nakagawa trouxe novamente o assunto da difusão da TRIZ para a discussão e provocou os participantes a darem sugestões de como fazer isso. Finalmente, o simpósio foi encerrado pelo vice-presidente da Associação Japonesa de TRIZ, Yuji Mihara.
A impressão geral que tive do evento foi a de que prevaleceu o pragmatismo. Efetivamente, a TRIZ é aplicada em muitas empresas japonesas, várias das quais mundialmente renomadas. Esta aplicação acontece, principalmente, com o objetivo de resolver problemas. Também há certa frequência de uso da TRIZ para a prospecção tecnológica. As apresentações acadêmicas demonstraram que também há uma variedade de atividades de ensino, pesquisa e extensão acontecendo no Japão. Isso é muito importante para fundamentar os avanços da TRIZ, possibilitar a conexão da TRIZ com outras teorias e metodologias e formar as futuras gerações de TRIZniks.