Recentemente, eu conversava com uma amiga. Ela tem cães e ressente-se muito do uso de fogos de artifício pelos vizinhos, nas festas religiosas e ocasiões festivas, porque deixam os animais agitados. Como socialista, ela defende a aprovação de leis que proíbam os fogos.
Compreendo que os animais sofrem com os fogos. Porém, creio que esse problema (como os outros) deveria ser resolvido com conscientização e voluntarismo, e não com novas imposições.
Lembrei minha amiga de que, em outra ocasião, ela me disse que gostaria de poder passear com seus cães na praia, mas não o faz porque isso é proibido por lei em grande parte do litoral brasileiro. Será essa lei realmente necessária, ou justa?
Ao mesmo tempo em que minha amiga quer ter a liberdade de levar seus cães para passear na praia, ela quer eliminar o direito do vizinho de soltar fogos de artifício uma ou duas vezes por ano. O que é razoável?
Expliquei para ela que, sempre que uma pessoa diz coisas como “deveria existir uma lei proibindo isso”, “aquilo deveria ser banido”, etc., na verdade, o que a pessoa está pretendendo é determinar que os outros não podem fazer o que consideram ser de seu melhor interesse, dentro do melhor uso de suas capacidades. Nesse momento, esta pessoa se prova uma inimiga da liberdade. Ela não concordou, mas, o recado foi dado.
Um inimigo da liberdade acredita saber o que é melhor para os outros e procurará por formas de impor a sua opinião. Inevitavelmente, isso leva a mais governo. Com mais e muitas mais leis.
Um socialista jamais admite isso, mas, tem dentro de si um tirano, sedento por impor seus desejos aos demais, usando para isso o governo.
A tirania pode ser disfarçada com o nome bonito que se quiser. Já houve a República Democrática da Alemanha. E ainda existe a República Popular Democrática da Coreia. São conhecidos inúmeros casos de pessoas que morreram tentando fugir desses lugares.